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3ª Edição

A cerimónia de entrega dos Prémios Nacionais de Arquitetura FORMA 2025 teve lugar no dia 17 de maio, no magnífico cenário da igreja do Convento de São Francisco, em Coimbra, e marcou o ponto alto do Festival FORMA. Este momento solene e emotivo celebrou o melhor da arquitetura contemporânea em Portugal, reconhecendo a excelência, a inovação e o compromisso com a qualidade do ambiente construído.

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    Melides

    Melides
    José Adrião

    Vencedor
    Winner

    A casa está localizada numa planície a poucos quilómetros da costa atlântica portuguesa. Esta zona tem a particularidade de ter um povoamento disperso em lotes de terreno de dimensão variável. Na sua génese havia uma atividade predominantemente florestal/agrícola.
    A quinta das Oliveiras tem caraterísticas semelhantes. É constituída por uma pequena área de cultivo, um pinhal e um conjunto de edifícios com escassa qualidade construtiva: uma habitação, anexos e telheiros de apoio.
    Os diferentes instrumentos de gestão territorial em vigor determinaram as regras base do projeto. As edificações existentes só poderiam ser demolidas e substituídas. No caso da substituição, a nova construção deveria manter o perímetro de implantação da construção preexistente. Seria possível, de acordo com a mesma legislação, a construção de um piso em cave e um acréscimo de 20% da área de implantação num piso superior.
    A configuração da nova casa é reflexo do determinado pelos instrumentos de gestão urbanística. Os espaços interiores adaptaram-se à volumetria possível e o seu desenho procurou a luz e a ventilação natural, como um fator determinante para criação de conforto.
    A nova casa estabelece uma relação total com o terreno a partir das áreas sociais, sendo composta por dois volumes adossados entre si. Num volume baixo e comprido está a cozinha, a zona de refeições e a zona de estar num espaço aberto. Outro volume, mais alto e cúbico, contém as escadas que dão acesso ao quarto no piso superior e a uma zona de apoio na cave. A zona de cave é iluminada e ventilada por três pátios situados a norte, a sul e a nascente.

    The house is located on a plain just a few kilometers from the Portuguese Atlantic coast. This area is characterized by a dispersed settlement pattern, with plots of varying sizes. Historically, the region had a predominantly forestry and agricultural use.

    Quinta das Oliveiras shares similar characteristics. It comprises a small cultivated area, a pine forest, and a group of buildings with low construction quality: a house, outbuildings, and simple shelters.

    The applicable territorial management regulations defined the fundamental guidelines for the project. The existing buildings could only be demolished and replaced. In the case of replacement, the new construction was required to follow the footprint of the pre-existing structures. According to the same legislation, it was permitted to build a basement level and to increase the footprint by up to 20% on an upper floor.

    The configuration of the new house reflects the constraints set by urban planning regulations. The interior spaces were designed within the allowed volume, with a focus on capturing natural light and ventilation, both key elements in creating comfort. The new house establishes a close relationship with the land, especially through its social areas, and is composed of two adjoining volumes. One is a low and elongated volume that houses the kitchen, dining, and living areas in an open-plan layout. The other, taller and cubic in shape, contains the staircase that leads to the upper-level bedroom and a support area in the basement. The basement is illuminated and ventilated through three courtyards located to the north, south, and east.

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    Crédito de Imagem: Francisco Nogueira

    Comentário do Júri:

    Num primeiro olhar o lugar é maior do que a casa. Serena e horizontal como a paisagem. Uma casa térrea, branca, com janelas desenhadas e uma chaminé. Ninguém diria que teve de acomodar um programa do dobro do tamanho da implantação permitida, que teve de respeitar o perímetro da implantação da ruína anterior e que se fez casa para baixo, trazendo a luz para a metade da casa que se encontra dentro da terra. É singular tanto no processo como na obra, mas o resultado não revela qualquer esforço. Num outro olhar, mais atento, detemo-nos no processo de pensamento que esteve na génese da casa e no seu resultado formal. Do projeto da casa de Melides destaca-se a inteligência do programa de arquitetura de habitação de férias, ou de segunda residência, construída num território rural, comum nos dias de hoje. Temos assistido à substituição de antigas por novas construções, por vezes com a obrigação de preservar ruínas. Esta dinâmica contemporânea gera uma ocupação disforme do território português em número, forma e construção. De sinal contrário, na casa de Melides observamos o desejo de integração, “de mergulhar” no lugar de forma natural. A casa de Melides destaca-se igualmente pela sua aparente simplicidade, num apurado exercício de desenho: - na horizontalidade da sua forma integrada no contexto, tanto no vernáculo local como na paisagem do lugar; - no sentido de unidade da sua composição, gerada pelo desenho elementar dos elementos que compõem a casa - das paredes, chaminés, plataformas interiores e exteriores, janelas, armários, bancos, floreiras, etc; - no proporcionado jogo de relações internas baseado na repetição e na semelhança dos espaços; - na presença da cor branca que reveste todos os materiais e elementos de construção deixando que a luz natural seja o principal modelador dos espaços; - na geometria que ordena todo o desenho da casa, tanto na planta como no corte, permitindo a construção de pátios ocultos ao exterior; - nas estratégias construtivas pragmáticas com sistemas e materiais que remetem para o ideário da construção popular das paredes de alvenaria de cal branca; E, finalmente, - na possibilidade de imaginarmos que podemos habitar esta casa de um modo informal, em espaços abertos, multifuncionais, luminosos, ventilados e confortáveis. Por tudo isto, a obra da casa de Melides, da autoria do atelier JAA José Adrião arquitetos, foi considerada por unanimidade merecedora do primeiro lugar na categoria de Habitação unifamiliar dos prémios Forma 2025.

     

     

    Casa no Cerrado

    House in the Cerrado
    Jorge André Santana Pimenta

    Menção Honrosa
    Honorable Mention

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    Crédito de Imagem: José Campos

    Comentário do Júri:

    A Casa no Cerrado, embora de pequena escala, desenvolve-se e trabalha de modo especialmente sensível, rigoroso e ajustado a partir de muitos dos grandes temas e assuntos de sempre da Arquitetura, como sejam, a Escala, a Luz e a Sombra, a relação Interior/Exterior, o Conforto, a Construção e os Materiais, ou as diversas Possibilidades para a vida e o habitar. A Casa e a sua envolvente procuram possibilidades e relações entre a Arquitetura, a Topografia e a Paisagem, neste caso em particular com a paisagem próxima e esta topografia em particular, com o cuidado e finalidade das coisas simples e respeito pelo Lugar, em conjunto com a contida complexidade do desenho dos seus diversos espaços interiores, o espaço de fronteira entre o dentro e o fora, o Alpendre, ou assim como a forma e desenho do caminho de Acesso, ou a Piscina, Tudo isto e mais o que seja, fazem desta pequena obra de Arquitetura, uma especial e sensível síntese de diversos modos da Arte de Construir, no Espaço e no Tempo, isto com a sua escala certa e assertiva, simples e complexa, e com o seu desenho contido, que não pretende ser apenas moderno, vernacular ou contemporâneo.

    Finalistas:

    Casa-Atelier

    Crédito de Imagem: Francisco Nogueira

    F_0 23 — Casa Atelier no Caramão

    Autores: José Maria Cumbre e Nuno Sousa Caetano Atelier: ASPA

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    Crédito de Imagem: Francisco Nogueira

    F_0 30 — Casa na Serra do Louro

    Autor: João Completo Atelier: cimbre

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    Crédito de Imagem: Daniel Malhão

    F_0 56 — Casa Catribana

    Autor: Luís Pedro Pinto Atelier: STUDIO-LPP

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    Edifício de habitação em Cascais

    Residential Building in Cascais
    Atelier AAVV

    Vencedor
    Winner

    Construir num gaveto é desenhar na paisagem da cidade. Mas construir é dar um corpo, e dar um corpo é abrir a forma do espaço.
    Construir um edifício no canto de uma avenida de uma vila como Cascais, em que a ressonância da cidade-jardim criou um tecido de implantações destacadas, é levantar uma presença nova, plantar um corpo, que antes não existia, na terra, no lugar.

    Mas a circunstância, que define o quadro, não é verdadeiramente suficiente. É preciso um ato de coragem para existir, e existir é ter uma estrutura, encontrar uma ordem própria na procura da permanência. Na arquitetura, talvez seja mesmo necessária a aproximação à (a vertigem da) abstração para sermos capazes de fazer o concreto.
     

    "A pedra está poisada sobre si mesma
    No tempo da indigência não pedirás outra abundância
    Nenhum outro verso ou casa
    Nenhuma outra firmeza
    A pedra está poisada sobre si mesma"
    — Daniel Faria
     

    Neste projeto, confrontados com um contorno estático determinado pelo planeamento urbanístico e com a diversidade tipológica que o cliente insistiu que o edifício tivesse, foram a métrica de uma estrutura que se tornou forma, a força da geometria e o desejo de abrir o espaço de 15 casas ao sol e ao mar que lançaram a direção do caminho.

    As casas, que não podem ficar presas pelo programa, descobriram sentido na profundidade da forma, em que uma galeria de distribuição pode voltar a ser um espaço singular, e na possibilidade de os espaços de encontro se estenderem à relação aberta com o lugar. E, assim, fez-se a combinação de casas com um, dois, três e quatro quartos, guardando as variações no desenho do edifício como um todo.

    A estrutura assumiu a sua concretização natural como forma, para fazer inteiro o que é complexo, a partir da clareza física da matéria. O betão, autónomo, mas testemunho de um lugar do moderno manifestado na torre do Athouguia ali ao lado, pigmentado por querer pertencer sem humilhar os regionalismos suaves da vizinhança, e acabado com uma erosão forçada para fazer a pele grossa sem a qual ainda não se é grande coisa.

    Dentro, defendeu-se a simplicidade na construção material: estuque, pedra, madeira aparente, madeira pintada e marmorite, sempre nos seus planos próprios e claros, deixando as particularidades entrar com as pessoas que ali vão viver.

    E, no fim, regressamos à cidade plantada, que enquadra uma forma nova, trepando-a para fazer jardins também dos terraços. Fica um corpo de betão erodido plantado sob a luz, uma estrutura levantada, pronta, que espera a passagem do tempo medida nos dias da vida de cada um.

    Building on a corner is drawing in the landscape of the city. But to build is to give a body, and to give a body is to open the form of space.
    Constructing a building at the corner of an avenue in a town like Cascais, where the resonance of the garden-city has created a fabric of detached placements, means raising a new presence, planting a body that did not exist before, into the earth, into the place.
    But circumstance, which defines the framework, is not truly enough; an act of courage is needed to exist, and to exist is to have a structure, to find an order of one’s own in the search for permanence. In architecture, perhaps it is indeed necessary to verge on abstraction in order to be capable of making the concrete.

    The stone rests upon itself
    In the time of indigence, you will ask for no other abundance
    No other verse or house
    No other firmness¹ 

    In this project, faced with a static outline determined by urban planning and with the typological diversity established by the program, it was the metric of a structure that became form, the force of geometry, and the desire to open the space of 15 houses to the sun and the sea that set the direction of the course.
    The houses, which cannot be bound by the program, found meaning in the depth of the shape of the volume, where a distribution gallery could once again become a distinct space, and in the possibility for living spaces to extend into an open connection with the site. Thus, a combination of houses with one, two, three, and four bedrooms took shape, preserving variations within the form of the building as a whole.
    The structure assumed its natural realization as form, making whole what is complex, by the physical clarity of matter. The concrete – autonomous, yet a testimony to a modernist legacy manifest in Ruy d’Athouguia’s tower nearby – was pigmented in order to belong, to help reclaim the soft regionalisms in the neighbourhood, and finished with a forced erosion to create the thick skin without which one is still not much of anything.
    Inside, simplicity in material selection was observed. Plaster, stone, exposed wood, painted wood, and terrazzo – each in its own distinct and clear planes – allowing for particularities to enter with the people who will come to live.
    And in the end, we return to the planted city, which frames a new form, climbing it to turn the terraces into gardens as well. A body of eroded concrete now stands, planted under the light, a structure raised, ready, awaiting the passage of time measured in the days of each one's life.

    ¹Loosely translated from A pedra está poisada sobre si mesma, Daniel Faria

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    Crédito de Imagem: João Guimarães / João Peteleiro

    Comentário do Júri:

    Num tempo em que as cidades enfrentam desafios profundos — da acessibilidade à sustentabilidade, da densidade à diversidade social — a arquitetura de habitação multifamiliar tem um papel decisivo. É necessário saber desenhar Habitação, imaginando modos de vida, criando comunidades, garantindo que o espaço onde vivemos seja digno, inclusivo e humano. O projeto premiado soube responder a essas exigências com mestria. Não replica modelos, mas reinterpreta-os. Demonstrou que é possível conciliar inovação e responsabilidade, linguagem contemporânea e respeito pelo lugar. O alçado responde bem aos usos a que se destina: uma métrica mais regular e opaca em zonas mais privadas e uma abordagem mais transparente com espaço exterior nas zonas sociais. O encontro entre as duas realidades parece bem resolvido e é pontuado com elementos volumétricos de excepção curvos. As tipologias são claras e funcionais. As fracções têm sempre mais do que uma frente e privilegia-se sempre as zonas sociais no canto. O uso inteligente das materialidades também merece destaque. O betão desativado pigmentado é intemporal adequam se ao contexto onde está inserido. Este prémio é um reconhecimento - mas também um convite - a continuarmos a pensar a habitação como um direito, uma oportunidade e uma forma de construção coletiva. E, acima de tudo, a sensibilizar os investidores sobre a importância do papel do arquiteto nessa responsabilidade. A responsabilidade de saber fazer cidade.

    Finalistas:

    ursa_EdificioHabitacionalNaRuaRobertoIvens_1_PormenorDaFachadaDaRuaRobertoIvens©AlexandreD

    Crédito de Imagem: Alexandre Delmar e Hugo Santos Silva

    F_0 48 — Edifício Habitacional na Rua Roberto Ivens

    Autores: Luís Ribeiro da Silva e Margarida Quintã Atelier: Ursa Arquitectura

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    Crédito de Imagem: Alexander Bogorodskiy

    F_0 64 — G - 5 CASAS

    Autor: Samuel Gonçalves, Arq.º Atelier: SUMMARY

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    Crédito de Imagem: ATTILIO FIUMARELLA

    F_0 75 — EDIFÍCIO HS

    Autor: José Carlos Nunes de Oliveira Atelier: NOARQ - NO ARQUITECTOS, LDA

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    Crédito de Imagem: Ivo Tavares Studio

    F_0 92 — 797 Fernandes Thomaz

    Autor: Adriana Floret Atelier: Floret Arquitectura

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    Estufa Pedagógica e Galinheiro da Quinta de Serralves

    Pedagogical Greenhouse and Chicken Coop of the Serralves Farm
    depArchitects

    Vencedor
    Winner

    A antiga Quinta do Mata-Sete, localizada no extremo sudoeste do Parque de Serralves, funciona hoje como quinta pedagógica da Fundação. Com uma lógica pragmática ditada pela função agrícola, distingue-se do desenho geometrizado de influência francesa do restante parque.

    O conjunto de duas intervenções na quinta de Serralves, composto por uma estufa pedagógica e um galinheiro, surge da necessidade de criação de espaços dedicados a atividades pedagógicas da Quinta e localiza-se num ponto de charneira destas duas realidades.
     

    Estufa Pedagógica

    Procurando uma transformação mais perene do território, recorreu-se ao léxico de materiais que já caracterizam o parque e a sua humanização. Propõe-se uma intervenção em dois gestos de transformação elementares:

    Com um conjunto de grandes blocos de granito, desenha-se um muro de baixa altura que, pela sua geometria e relação com o terreno, permite a criação de um espaço naturalmente abrigado e confinado — num gesto mais telúrico do que arquitetónico — aludindo às formas de transformação do território mais rudimentares, como os campos masseira do norte litoral de Portugal.

    Sobre este muro surge uma cobertura de madeira que, soltando-se do plano do terreno, acaba de conter o espaço e desenha uma área de estufa fechada.

    A presença da construção resulta serena na relação longínqua com o parque, e dominadora na relação mais próxima que estabelece com a horta produtiva para onde se abre.

    A adaptabilidade da intervenção ao longo do tempo foi uma das premissas do projeto. Se a cobertura, de materialidade mais efémera, desaparecer, ficarão apenas os muros de configuração do terreno como parte integrante do vasto parque.
     

    Galinheiro

    Da necessidade inusitada de criar um abrigo para galinhas na Quinta Pedagógica de Serralves, procurou-se a radicalidade no desenho dos elementos mínimos.

    A implantação rouba-se ao pragmatismo dos edifícios agrícolas existentes, que já tinham encontrado a melhor orientação solar.

    Sem artifício, a composição que dá forma ao galinheiro e a sua estrutura de suporte são um exercício de síntese e métrica, ditadas pelas regras tectónicas do material e pelo controlo da escala da intervenção.

    A peça é assim constituída por dois módulos simétricos que pousam em seis blocos de granito, assumindo a sua leveza e efemeridade, e por uma cobertura de duas águas em zinco que se projeta afirmativamente para fora dos limites do galinheiro.

    Por fim, a cor — elemento essencial na composição — distingue os elementos e sugere um diálogo com as restantes construções existentes.

    Com o conjunto das duas intervenções, pretende-se que seja ampliado e reforçado o carácter lúdico e instrutivo da quinta e da sua horta, informando o público acerca da “natureza” da paisagem, enquanto coisa inevitavelmente construída, que narra a inevitável relação do homem com o meio que o envolve.

    The former Quinta do Mata-Sete, located at the southwestern edge of the Serralves Park, now functions as the Foundation’s educational farm. With a pragmatic logic dictated by its agricultural purpose, it stands apart from the geometrically designed, French-influenced layout of the rest of the park.

    The project consists of two interventions at the Serralves farm — a pedagogical greenhouse and a chicken coop — born from the need to create spaces dedicated to the farm’s educational activities. They are located at a transition point between these two contrasting realities.
     

    Pedagogical Greenhouse

    Aiming for a more enduring transformation of the land, the intervention draws from the material vocabulary already present in the park and its humanized landscape. The proposal is expressed through two elemental gestures of transformation:

    Using large granite blocks, a low wall is built, whose geometry and relationship with the terrain create a naturally sheltered and enclosed space — a gesture that is more earthy than architectural, evoking primitive land-shaping methods such as the masseira fields of Portugal’s northern coastline.

    Above this wall rises a timber canopy that, detaching itself from the ground plane, completes the enclosure and defines a closed greenhouse space.

    The presence of the structure is serene in its distant relationship with the park, yet assertive in its proximity to the productive garden into which it opens.

    Adaptability over time was a key premise of the project. If the canopy — made from more ephemeral materials — were to disappear, the granite walls would remain as part of the park’s terrain configuration, fully integrated into the landscape.
     

    Chicken Coop

    From the unusual requirement to create shelter for chickens at the Serralves Educational Farm, the design sought radical simplicity in the articulation of minimal elements.

    Its siting borrows from the pragmatism of the existing agricultural buildings, which had already identified the best solar orientation.

    With no embellishment, the composition of the chicken coop and its supporting structure is an exercise in synthesis — a balance between the tectonic logic of the material and the control of scale.

    The piece consists of two symmetrical modules resting on six granite blocks, expressing their lightness and impermanence. A gable zinc roof extends assertively beyond the coop’s footprint.

    Finally, colour — an essential compositional element — distinguishes each part and establishes a dialogue with the surrounding constructions.

    Through these two interventions, the aim is to amplify and reinforce the farm’s educational and playful character, offering the public insight into the “nature” of the landscape — as something inevitably constructed — and telling the unavoidable story of humankind’s relationship with the environment that surrounds it.

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    Crédito de Imagem: Federico Farinatti, Francisco Ascenção, José Campos, Hugo Costa Silva

    Comentário do Júri:

    A arquitetura pode ser concebida como um saber técnico, uma resposta funcional, uma forma de expressão cultural ou mesmo como reflexo de posicionamentos políticos e ideológicos. Envolve preocupações ecológicas e de sustentabilidade e revela-se, sobretudo, como a arte de comunicar através do espaço. Nas palavras do arquiteto Claudi Martínez, a arquitetura ‘mais do que um objeto, é acção’ — exige um verbo e, por isso, movimento. Requer presença, experiência e um relacionamento em forma de diálogo mudo com a consciência do ser humano. O projeto premiado, implantado na Quinta Pedagógica do Museu de Serralves, dos depArchitects, dá corpo a esta visão ao ilustrar como o ambiente construído, conforme referem os autores, molda a ‘inevitável relação do homem com o meio que o envolve’. Recordamos que não são apenas a escala ou o propósito que determinam o valor de uma criação, mas também o efeito que esta exerce sobre o bem-estar de quem nela permanece. Este reconhecimento celebra uma proposta cuja simplicidade nasce de um gesto de cuidado. Um lugar que não se impõe, que não exige esforço de adaptação, mas que, intuitivamente, convida ao repouso físico e emocional. Através da escolha criteriosa de materiais autênticos, de texturas que envolvem, de uma integração subtil com a paisagem, de aromas e sons permanentes, o projecto valoriza a experiência espacial, mas, sobretudo, sensorial, tornando o percurso educativo ainda mais significativo. A sua composição distingue-se por uma métrica linear, facilidade de montagem e uso de recursos reutilizáveis — como madeira e a pedra — evidenciando uma consciência crítica face à importância do enquadramento ecológico da intervenção e à sua pegada ambiental. Vivemos uma época favorável à revisão dos paradigmas com que pensamos o habitar. Transportar esta reflexão para a prática arquitectónica implica uma abordagem transdisciplinar, capaz de integrar múltiplos saberes. Trata-se de aplicar ferramentas que nos permitam compreender de que maneira o ser humano ocupa, percebe e é impactado pelo ambiente. A obra premiada está nesta linha de pensamento: busca contribuir para o equilíbrio cognitivo, fisiológico e socioemocional dos usuários, concebendo espaços que estimulem e respeitem a complexidade da sua existência. Entretanto, a seleção dos finalistas e do vencedor na categoria de Equipamento Coletivo gerou um intenso e fértil debate entre os membros do júri. A principal razão que tornou as escolhas difíceis foi a grande qualidade das propostas a concurso, na sua diversidade, contribuindo para a excelência da arquitetura feita em Portugal. O júri decidiu por isso partilhar as notas sobre os 4 finalistas, como forma de reconhecimento, destacando algumas características singulares em cada uma das obras, na sua resposta a diferentes contextos: • na capela mortuária em Barrancos, dos MESA atelier, vemos um edifício que propõe uma incisão sensível no território e uma nova leitura da arquitetura tradicional local; que se formaliza como equipamento com um programa simultaneamente interior, nas capelas, e exterior, na cobertura miradouro; que desenha um espaço com a desejada carga simbólica e, no entanto, aberto a todas ou nenhuma religião. • no Jardim da galeria municipal do Montijo, dos arquitetos Ricardo Back Gordon e Rui Mendes, a construção de um elevador - que promove a acessibilidade universal a um edifício público - transcende a função e funda um lugar de exceção no contexto urbano; desenha um jardim contido ou “hortus conclusus”, que é ao mesmo tempo percurso e suspensão, edificado e vazio. • na Adega e Residência de Estudantes no Mosteiro de Santa Maria do Mar, Sassoeiros, do arquiteto Pedro Matos Gameiro, destaca-se uma obra integrada de restauro, reconversão funcional e construção nova, que resolve o impasse inacabado do acesso ao Mosteiro; que desenha com mestria um novo conjunto, “em ressonância” com os edifícios preexistentes - projetados no atelier de Nuno Teotónio Pereira do final dos anos 50 do século passado – adaptando-os a novos programas de uso e continuandoos de um modo rigoroso e natural. • no Edificio sede-Corcet, do arquiteto Nuno Melo Sousa, destaca-se uma obra que, pela singularidade do seu desenho icónico, transforma um conjunto de armazéns industriais num “templo” dedicado ao programa comercial de uma empresa de desportos motorizados com áreas de escritório e convívio; obra que funciona como uma espécie contraponto aos anteriores projetos, dando resposta a um programa corporativo num tecido industrial.

    Finalistas:

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    Crédito de Imagem: Nuno Almendra

    F_0 37 — Casa Mortuária de Barrancos

    Autores: Paulo Dias (coord.); João Varela e Ana Isabel Santos Atelier: MESA Atelier

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    Crédito de Imagem: Francisco Nogueira

    F_0 58 — Jardim da Galeria Municipal do Montijo

    Autores: Ricardo Bak Gordon e Rui Mendes Atelier: Bak Gordon Arquitectos e RM Arquitectura

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    Crédito de Imagem: Marta Ferreira - LFA Fotografia

    F_0 68 — Adega e Residência de Estudantes no Mosteiro de Santa Maria do Mar, Sassoeiros, Carcavelos

    Autor: Pedro Matos Gameiro Atelier: Matos Gameiro arquitectos

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    Crédito de Imagem: Francisco Ascensão

    F_0 101 — Edifício -Sede CORCET

    Autor: Nuno Melo Sousa Atelier: Nuno Melo Sousa

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    Requalificação do Largo do Rossio em Cem Soldos
    Redevelopment of Largo do Rossio in Cem Soldos
    Baldios Arquitetos Paisagistas Lda

    Vencedor
    Winner

    Cem Soldos é uma aldeia a 3 km de Tomar, cujo ativismo associativo permitiu, entre outros, a consolidação do Festival Bons Sons, um festival de música portuguesa de referência no panorama nacional, que ocorre desde 2006.

    O processo de requalificação do Largo do Rossio remonta a 2014, na sequência da associação local, o Sport Clube Operário de Cem Soldos (SCOCS), elaborar o projeto Ao Largo, um grupo de discussão sobre este espaço público.

    Em 2019, no âmbito da classificação de Cem Soldos como Área de Reabilitação Urbana (ARU), a Câmara Municipal de Tomar lança um concurso por convite para a elaboração do projeto de Requalificação do Largo, cujo programa preliminar exprime os desejos e ambições da comunidade local.

    Após a elaboração do Estudo Prévio, o projeto foi sujeito a um processo de participação pública, com a apresentação do projeto, reuniões com a população e com os agentes decisores.

    Esta intervenção é paradigmática na forma como a reabilitação urbana pode responder aos desafios das alterações climáticas e demográficas, servindo como suporte de ações de inovação social, atuando ao nível do quotidiano e da vida comunitária.
     

    Descrição do projeto

    A proposta constrói um grande espaço amplo no centro do Largo, que mantém a expressão triangular atual, podendo ser ocupado pontualmente para inúmeros eventos (o Festival Bons Sons, o Madeiro de Natal e a Festa de Aleluia, entre outros), e que, simultaneamente, consiga adaptar o espaço aos desafios das alterações climáticas, bem como da acessibilidade de todos os cidadãos.

    Os limites do Largo foram densamente plantados com árvores, que acompanham e trazem sombra para os principais percursos pedonais. Esta plataforma em saibro conecta-se com a fachada nascente do Largo, por esta ser aquela que melhor permite as ligações pedonais com as ruas envolventes.

    O poço existente foi recuperado e revelado, funcionando também como um espaço de estadia, com a introdução de jogos de tabuleiro tradicionais na pedra.

    Em redor das fachadas, nas ruas envolventes e no adro da Igreja, é proposto um pavimento em lajes de calcário que permite uma mobilidade universal, sem desníveis ou pendentes acentuadas, resolvendo ao mesmo tempo as novas infraestruturas propostas, tais como drenagem pluvial e iluminação pública com sistema de LED.

    As faixas de circulação das vias de acesso continuaram com dois sentidos, resultando numa velocidade de circulação menos acentuada.

    Em algumas das travessas do Largo foram instaladas pérgolas com plantação de vinha, permitindo que hajam espaços sombreados na estação quente.

    Ao longo dos percursos pedonais foram espalhados vários jogos de chão integrados no desenho do pavimento, entre os quais 100 moedas ou 'Soldos' pela aldeia. Estes 'Soldos', pequenas moedas de latão impressas, foram desenhados pelos próprios alunos da Escola Básica, que foram convidados a desenhar as moedas, participando assim no próprio desenho do espaço.

    Cem Soldos is a village located 3 km from Tomar, whose associative activism has enabled, among other things, the consolidation of the Bons Sons Festival, a reference festival for Portuguese music on the national scene, held since 2006.

    The process of redevelopment of Largo do Rossio dates back to 2014, following the local association, the Sport Clube Operário de Cem Soldos (SCOCS), which developed the project Ao Largo, a discussion group about this public space.

    In 2019, within the scope of Cem Soldos’ classification as an Urban Rehabilitation Area (ARU), the Municipality of Tomar launched an invited competition for the preparation of the Largo Redevelopment project, whose preliminary program expresses the wishes and ambitions of the local community.

    After the preparation of the Preliminary Study, the project underwent a public participation process, with presentations, meetings with residents, and decision-makers.

    This intervention is paradigmatic in showing how urban rehabilitation can respond to the challenges of climate change and demographic shifts, serving as a basis for social innovation actions, and acting at the level of daily life and community living.
     

    Project Description

    The proposal creates a large open space at the center of the Largo, maintaining the current triangular shape, which can be temporarily used for numerous events (such as the Bons Sons Festival, the Christmas Log, and the Easter Festival, among others), while simultaneously adapting the space to the challenges of climate change and ensuring accessibility for all citizens.

    The edges of the Largo have been densely planted with trees, providing shade along the main pedestrian routes. This gravel platform connects to the east-facing facade of the Largo, as it best facilitates pedestrian links with the surrounding streets.

    The existing well was restored and revealed, also functioning as a resting space, with the introduction of traditional board games engraved in stone.

    Around the facades, on the surrounding streets, and in the churchyard, a limestone slab pavement is proposed that allows for universal mobility, without level changes or steep slopes, while accommodating the new infrastructure works such as stormwater drainage and public LED lighting.

    The traffic lanes on access roads remain two-way, resulting in reduced vehicle speeds.

    In some of the smaller streets of the Largo, pergolas with vine planting were installed, creating shaded areas during the warm season.

    Along the pedestrian paths, several ground games integrated into the pavement design are scattered, including 100 coins or 'Soldos' throughout the village. These 'Soldos', small brass-engraved coins, were designed by the students of the Basic School, who were invited to participate in the design of the space through their coin creations.

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    Crédito de Imagem: José Almeida, Alexandre de Magalhães

    Comentário do Júri:

    O projeto do Largo do Rossio em Cem Soldos, da autoria do atelier Baldios foi votado por maioria como vencedor do Prémio Forma 2025 – Categoria Espaço Público. Trata-se da reabilitação do Largo central da aldeia de Cem Soldos, nos arredores de Tomar, conhecido pela organização do festival de música portuguesa Bons Sons. O projeto, que parte de uma iniciativa cidadã, propõe uma relação intensa e decisiva entre a comunidade local e o projeto do espaço público. Valoriza-se a implementação de estratégias de participação, e a incorporação da comunidade local como forma de operar na cidade e no espaço público. As opções de projeto são subtis e sucintas, orientadas a assegurar a versatilidade no uso do espaço e qualificação ambiental do espaço por meio da presença vegetal e da água. As preocupações estão ligadas ao quotidiano: acessibilidade, sombra, utilização de materiais locais e envolvimento da população. O projeto é exemplar no processo, no envolvimento da cidadania, na recuperação da história e da memória coletiva, e na riqueza subtil do resultado.

    Finalistas:

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    Crédito de Imagem: Os Espacialistas

    F_0 12 — Cella

    Autores: Diogo Castro Guimarães, Luis Maria Baptista Atelier: Os Espacialistas

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    Crédito de Imagem: Francisco Nogueira

    F_0 55 — Praça de Espanha

    Autores: Npk, Arquitectos Paisagistas + Atelier Rua

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    Crédito de Imagem: Ivo Tavares Studio, LJ-Group

    F_0 76 — Duo Hotel Lisbon

    Autor: LJ-Group Atelier: LJ-Group

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    Intervenção no Edifício da Nacional - Aliados, Porto
    Intervention in the Nacional Building – Aliados, Porto

    Menos é Mais Arquitectos Associados

    Vencedor
    Winner

    Edifício ‘A Nacional’ (1919–1925) (2018–2024)

    O Edifício da Companhia de Seguros “A Nacional”, da autoria do arquiteto Marques da Silva, sofreu várias alterações que desvirtuaram a qualidade da solução original de 1919, destacando-se, entre elas, a intervenção de 1966, onde foi demolido o grande lanternim do espaço central do átrio e construída uma laje em betão para ampliação da área de escritórios, desvirtuando a cobertura.

    A oportunidade de reabilitação do edifício surge pela iniciativa do promotor de modificação dos pisos em desuso de escritórios para habitação de diferentes tipologias, respondendo às circunstâncias sócio-urbanísticas sofridas pela cidade do Porto no século XXI.

    Perante o valor da preexistência, procurou-se, através do desenho arquitetónico, clarificar os vários estratos e alterações ocorridas no edifício e, sempre que possível, ir ao encontro do desenho original de Marques da Silva.

    Procedeu-se à demolição das obras dos anos 60, repondo o lanternim central que transforma o átrio de novo em “pátio”, aproximando-se da relação espacial, luminosa e “urbana” prevista no projeto de Marques da Silva.

    Perante o valor da preexistência, o projeto atual aposta no desenho cirúrgico das infraestruturas — o que é fixo na mudança — introduzindo flexibilidade e reversibilidade programática. Uma atualização dos usos pela infraestruturação, um retomar contemporâneo do desenho original.

    A atualização programática de escritórios para habitação consegue-se num reajuste da compartimentação interior. Respeitando a lógica de planta repetitiva, propõem-se núcleos de serviços aprumados onde se concentram cirurgicamente todas as infraestruturas necessárias.

    Num jogo ergonómico de contenção desenham-se módulos autónomos organizados em dois níveis que concentram kitchenette, sanitários, escada, cama e armários. Estes módulos/armários, com recurso à linha curva, sublimam a fluidez espacial numa aproximação metafórica à linguagem de Marques da Silva.

    A distribuição é feita pelos passadiços pré-existentes.

    No piso 5, é aberta a laje, reposta a claraboia e passadiço para acesso à torre do Relógio e às duas habitações que ocupam o desvão das coberturas inclinadas.

    O edifício conjuga o emprego de materiais tradicionais como a alvenaria de pedra revestida a cimento nas fachadas, a madeira nas vigas secundárias dos pavimentos, com materiais modernos para a época, nomeadamente, o ferro fundido e o betão armado.

    O projeto atual estimulou a continuidade na utilização de materiais e técnicas tradicionais, aliados à aplicação de novos materiais, que se adequam harmoniosamente com os preexistentes. Valores como os de autenticidade, integridade e reversibilidade foram tidos em conta ao nível do pensamento projetual que procura consensos entre intervenção no património, cumprimento das normativas e exigência de conforto atuais.

    ‘A Nacional’ Building (1919–1925) (2018–2024)

    The “A Nacional” Insurance Company Building, designed by architect Marques da Silva, underwent several alterations that distorted the quality of the original 1919 design, notably the 1966 intervention where the large lantern of the central atrium was demolished and a concrete slab was constructed to expand the office area, compromising the roof.

    The opportunity to rehabilitate the building arose from the initiative to convert the unused office floors into housing of different typologies, addressing the socio-urban circumstances faced by the city of Porto in the 21st century.

    Given the value of the preexisting structure, the architectural design sought to clarify the various layers and changes the building had undergone and, whenever possible, to align with Marques da Silva’s original design.

    The 1960s works were demolished, restoring the central lantern that transforms the atrium once again into a “courtyard,” approaching the spatial, luminous, and “urban” relationship envisioned in Marques da Silva’s project.

    Considering the value of the preexisting building, the current project focuses on the surgical design of infrastructure—what is fixed amid change—introducing programmatic flexibility and reversibility. It updates uses through infrastructuring, offering a contemporary reinterpretation of the original design.

    The programmatic update from offices to housing is achieved by readjusting the interior layout. Respecting the repetitive floor plan logic, service cores are proposed, where all necessary infrastructure is concentrated with surgical precision.

    In an ergonomic containment approach, autonomous modules are designed over two levels, incorporating kitchenette, bathrooms, stairs, bed, and wardrobes. These modules/wardrobes, using curved lines, enhance spatial fluidity, metaphorically referencing Marques da Silva’s architectural language.

    Distribution occurs via the preexisting walkways.

    On the fifth floor, the slab is opened, the skylight and walkway are restored for access to the Clock Tower and the two dwellings occupying the attic space beneath the pitched roofs.

    The building combines traditional materials such as stone masonry coated with cement on the facades, and wood for secondary floor beams, with modern materials for the era, notably cast iron and reinforced concrete.

    The current project promotes the continued use of traditional materials and construction techniques, allied with new materials harmoniously integrated with the existing ones. Values such as authenticity, integrity, and reversibility were carefully considered within the design philosophy, which seeks consensus between heritage intervention, compliance with regulations, and contemporary comfort requirements.

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    Crédito de Imagem: José Campos

    Comentário do Júri:

    Após a apreciação e classificação dos concorrentes à Categoria Reabilitação Arquitetónica, o júri expressa a sua satisfação com a qualidade e diversidade das candidaturas apresentadas, nomeadamente, pela abrangência dos entendimentos e conhecimentos disciplinares revelados no universo da valorização patrimonial e cultural da arquitetura. Seguidamente, avaliou e classificou os cinco finalistas, tendo elegido a recuperação e ampliação do imóvel de A Nacional, da autoria de Menos é Mais Arquitetos, decorrida entre 2018 e 2024, por unanimidade. Das alegações e comparações de argumentos realizadas, os jurados destacam que a intervenção no imóvel revela uma coerência e uma competência disciplinar que compreende várias estratégias, da manutenção dos valores formais, espaciais e materiais assinados por José Marques da Silva, entre 1919 e 1925, à conciliação e introdução de adições que satisfazem exigências funcionais e infraestruturais atuais, capazes de dialogar e acrescentar valor ao imóvel herdado e recuperado. O diálogo entre a arquitetura e a estrutura, evidenciada pela ampliação e modelação do último, a espacialidade e a materialidade dos volumes que, interiormente, acrescentam e conquistam o espaço, não dispensando um desenho capaz de integrar e continuar o tempo, e a pormenorização elaborada e cuidada, simultaneamente conciliadora e legitimadora da ação, validam esta apreciação e classificação maior. A luz recupera o protagonismo interior e anterior previsto por José Marques da Silva, com a clarificação e eliminação de elementos dissonantes. As adições assumem, ainda, uma contemporaneidade qualificada e integrada na linguagem existe, através de um desenho simultaneamente depurado e texturado. O júri sublinha, finalmente, os mecanismos instrumentais e mentais evidenciados na continuidade espacial e temporal da intervenção, considerando que a atuação da autoria de Menos é Mais Arquitetos se apresenta com uma ética patrimonial e cultural disciplinarmente exemplar para os arquitetos e para a arquitetura que merece, assim, ser destacada e premiada.

    Finalistas:

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    Crédito de Imagem: Mark Ebbeng

    F_0 16 — Quarteirão do Rossio

    Autores: Contacto Atlântico, Engº José Coelho, Alves Ribeiro, HCI, Gapres Atelier: Contacto Atlântico

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    Crédito de Imagem: Francisco Nogueira

    F_0 35 — Marquês de Abrantes

    Autor: José Adrião Atelier: José Adrião Arquitetos

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    Crédito de Imagem: Frederico Martinho

    F_0 61 — Casa em Olhão

    Autores: Bruno Oliveira, Marlene dos Santos Atelier: estudio ODS

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    Crédito de Imagem: Arquivo Histórico do Porto, Francisco Ascenção, José Campos

    F_0 95 — Abrigo dos Pequeninos - Reservas dos Museus Municipais do Porto

    Autores: Luis Sobral, Carlos Azevedo, João Crisóstomo, Ângela Meireles Atelier: depa Architects

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    Mercado do Bairro Padre Cruz
    REDO architects

    Vencedor
    Winner

    A história do Mercado do Bairro Padre Cruz está estritamente relacionada com a evolução do próprio bairro, onde no início do século XX se localizava a Quinta da Pentieira. Os primeiros levantamentos históricos indicam que a estrutura original, em 1907, albergava uma vacaria e outras dependências que serviriam de apoio às atividades agrícolas.

    Apenas em 1962, com a criação do bairro, foi feita a conversão do edifício para mercado, anexando ao mesmo uma zona de lojas e praça complementada com áreas de serviço, que foram, durante a última década, descaracterizadas.

    O projeto de requalificação propõe a conservação das paredes principais do edificado e uma demolição parcial do interior mais recente, restaurando desse modo a zona de praça, criando zonas de bancas e espaços flexíveis, permitindo simultaneamente ampliar o pé-direito, proporcionando mais entradas de luz natural e uma melhor ventilação. As lojas a nascente são também preservadas, e são criadas novas aberturas para a praça e para a Rua do Rio Cávado, estabelecendo uma interação direta entre todas as partes.

    Explorando a nova organização espacial, o programa prolonga-se com a criação do primeiro piso, conectado através de duas escadarias localizadas nas extremidades do mercado, criando um percurso contínuo de acesso à nova galeria comercial. As novas lojas estão diretamente conectadas com o terraço, onde irão coexistir canteiros dedicados a hortas urbanas e diversas esplanadas.

    A consolidação do existente é complementada com uma nova cobertura, que surge como elemento agregador de todo o projeto e que define a identidade da proposta. A geometria da cobertura existente é redimensionada, criando a sul um átrio coberto — um novo espaço polivalente aberto ao público, que poderá funcionar como zona de feira ou para eventos culturais, expandindo o programa do mercado para o bairro.
     

    Lógica construtiva e da natureza dos materiais

    O conceito do projeto gera uma dualidade de materialidades: a de preservação e potencialização do edificado existente, com materiais minerais e tradicionais. A adição de uma nova estrutura híbrida e ligeira, que engloba as novas lojas e a cobertura, com diversos elementos em madeira.

    As paredes existentes em pedra e alvenaria são reforçadas estruturalmente com betão projetado, revestido com reboco à tirolês e azulejo. Os pavimentos e diferentes embasamentos são revestidos com pedra lioz regional.
    A nova cobertura é constituída por uma estrutura mista, com os pórticos principais metálicos, contraventados com madres de madeira. Esta combinação permitiu uma economia financeira, mas também ambiental, com a introdução de materiais sustentáveis. A madeira é também utilizada na fachada, através de um ripado de madeira termotratada, oferecendo sombreamento e proteção solar a todo o edifício, criando uma cobertura e fachada ventilada.

    A fachada e as novas lojas do primeiro piso são ainda revestidas por painéis de policarbonato, que fazem a proteção à intempérie e oferecem uma generosa entrada de luz natural.

    The history of the Padre Cruz Neighborhood Market is closely tied to the development of the neighborhood itself, where, in the early 20th century, the Quinta da Pentieira estate was located. Historical records indicate that the original structure, in 1907, housed a cowshed and other facilities that supported agricultural activities.

    It was only in 1962, with the creation of the neighborhood, that the building was converted into a market, incorporating a shopping area and a plaza complemented by service areas, which, over the last decade, became significantly altered and degraded.

    The rehabilitation project proposes the preservation of the building’s main walls and a partial demolition of the more recent interior elements. This restores the central plaza area, creating new market stalls and flexible spaces, while simultaneously increasing the ceiling height to allow more natural light and improved ventilation. The eastern row of shops is also preserved, and new openings are created to connect the plaza with Rua do Rio Cávado, establishing a direct interaction between all parts of the building.

    Expanding upon this new spatial organization, the program continues with the addition of a first floor, accessed by two staircases located at each end of the market, forming a continuous path to the new commercial gallery. The new shops are directly connected to a rooftop terrace, which will host urban garden plots and various outdoor seating areas.

    The consolidation of the existing structure is complemented by a new roof, which acts as a unifying element and defines the identity of the project. The geometry of the original roof has been resized to create a covered atrium on the south side — a new multipurpose space open to the public that may serve as a market extension or a venue for cultural events, thereby expanding the market’s role within the neighborhood.
     

    Construction Logic and Material Character

    The project concept generates a duality of materialities: on one hand, the preservation and enhancement of the existing structure using mineral and traditional materials. On the other, the addition of a new hybrid and lightweight structure that encompasses the new shops and roof, featuring various wooden elements.

    The existing stone and masonry walls are structurally reinforced with shotcrete, coated with roughcast plaster and ceramic tiles. Floors and different base areas are finished with regional lioz limestone.

    The new roof is composed of a mixed structure, with main steel frames braced by wooden purlins. This combination allowed for both financial and environmental efficiency through the use of sustainable materials. Wood is also employed on the façade, with thermally treated wooden slats providing shading and solar protection for the entire building, creating a ventilated roof and façade system.

    The façade and the new first-floor shops are also clad in polycarbonate panels, which offer weather protection and allow generous natural light to flood the interior.

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    Crédito de Imagem: Eduardo Montenegro

    Comentário do Júri:

    O júri deliberou por unanimidade atribuir o Prémio Forma - Categoria Jovens Emergentes à obra do Mercado do Bairro Padre Cruz, em Lisboa, da autoria de Diogo Figueiredo, do atelier REDO architects. Este projeto trata da requalificação e transformação de um mercado pré-existente. É conduzido um atento e acertado processo de alterações pontuais, mantendo a principal estrutura. Uma nova cobertura e fachada unificam todo o conjunto, criando, ao mesmo tempo, um muito bem-vindo átrio coberto a sul. Trata-se de uma proposta madura num contexto desafiante que são os projetos de obra pública, com uma série de condicionantes não só orçamentais como processuais, levado a bom porto com competência, conseguindo muito com poucos meios. O júri congratula-se que uma categoria de "jovem arquiteto" seja atribuída a uma obra pública. Este reconhecimento também é um sinal que o sector público deve estar atento à enorme quantidade de talento jovem na área da arquitetura em Portugal, que está disponível para dar o seu contributo para a melhoria das nossas cidades, do nosso património comum.

    Finalistas:

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    Crédito de Imagem: Francisco Ascensão

    F_0 11 — fala 156

    Autores: fala (Filipe Magalhães, Ana Luisa Soares, Ahmed Belkhoja, Iera Samovich) Atelier: fala

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    Crédito de Imagem: Alexander Bogorodskiy, Joaquin-Mora

    F_0 69 — Casa em Esmoriz

    Autor: Samuel Gonçalves, Arq.º Atelier: SUMMARY

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    Crédito de Imagem: Marta Ferreira, LFA Fotografia

    F_0 82 — Museu Aristides de Sousa Mendes

    Autores: Pedro Azevedo, Susana Rosmaninho Atelier: Rosmaninho+Azevedo - Arquitectos

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    Crédito de Imagem: Lourenço Teixeira de Abreu, Pedro Galvão Lucas, Miguel Moreira

    F_0 87 — Casa do Cura

    Autores: Francisco Cardoso, Frederico Albuquerque, Pedro Durão, Sebastião RIbeiro Atelier: Atelier AAVV

  • Jorge Mascarenhas
    Menção Especial Ensino e Investigação em Arquitetura

    A Menção Especial na categoria de Ensino e Investigação pretende distinguir personalidades cujo trabalho académico e investigativo tenha tido um impacto duradouro na formação de arquitetos e no aprofundamento do conhecimento técnico e construtivo. Este ano, o júri entendeu destacar um percurso excecional, marcado pela dedicação ao estudo e à sistematização dos sistemas de construção — uma área tantas vezes secundarizada, mas absolutamente essencial ao rigor e à qualidade da arquitetura. Trata-se de um trabalho silencioso e consistente, desenvolvido ao longo de décadas, que resultou numa coleção editorial de referência, composta por 18 volumes que se tornaram ferramenta de base para várias gerações de estudantes e profissionais. A par da atividade editorial, este arquiteto construiu também um sólido percurso no ensino, primeiro como coordenador da área de construção da licenciatura em arquitetura da ARCA/E.T.A.C., em Coimbra, e desde 1999 como professor coordenador no Instituto Politécnico de Tomar. O seu percurso começou em Angola, onde nasceu em 1960. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian desde o liceu até ao final da licenciatura, que concluiu na Faculdade de Arquitetura de Lisboa. Doutorou-se em Engenharia Civil no Reino Unido, e desde então nunca deixou de investigar, ensinar e publicar. Pelo seu contributo rigoroso, generoso e continuado para a valorização do saber construtivo na arquitetura portuguesa, a Menção Especial Ensino e Investigação é atribuída ao Arquiteto Jorge Mascarenhas.

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    Carlos Antunes e Désirée Pedro
    Menção Especial Inovação na Arquitetura

    Afortunadamente temos em Portugal, uma dupla de arquitetos inquietos que questiona sistematicamente o território que habitamos e tenta construir uma base cultural, onde a reflexão sobre a relação entre o espaço e o indivíduo é também uma intervenção artística.
    Esta dupla funda o Atelier do Corvo em 1996, e em 2015 funda, em Coimbra, um programa de ação que contribui para a construção de uma época cultural transformadora e inspiradora, tendo sido galardoado com o Prémio AICA 2021 - Associação Internacional de Críticos de Arte.
    Propõe um confronto entre arte contemporânea e património, explorando os diversos lados da Humanidade.
    É com grande satisfação e orgulho que a Organização dos Prémios FORMA atribui a Menção Especial Inovação ao trabalho desenvolvido pelo Atelier do Corvo na Anozero – Bienal de Coimbra, dirigida por Carlos Antunes e Désirée Pedro.

  • Maria Manuel Godinho de Almeida
    Menção Especial Carreira na Arquitetura

    Formada em Arquitetura pela ESBAL – Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa e mestre em arquitetura pela Universidade Yale em 1974. Dedicou-se ao desenvolvimento de habitação social, tendo projetado e construído três bairros cooperativos no âmbito do programa luso-sueco de cooperação. Em 1978 fundou o atelier UTOPOS com Duarte Cabral de Mello. Em 1993 recebeu o Prémio Nacional de Arquitetura (Conjunto Arquitetónico, Desenho Urbano e Espaço Público) da AAP e do Ministério do Planeamento e da Administração do Território, para o bairro da Cooperativa Habitacional União dos Trabalhadores, na Caparica. Obteve o primeiro prémio no concurso para o plano de pormenor e projetos de espaços exteriores de uma nova área urbana de 75 hectares a norte do recinto da EXPO’98. Posteriormente fundou a JPB arquitetos com Jaime Barbosa. Entre 1980 e 2011, exerceu funções de professora auxiliar de Projeto e de Teoria e História da Arquitetura na Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa, onde também coordenou a licenciatura em Arquitetura. Para além de organizar e participar em workshops e conferências internacionais. Foi representante de Portugal da Ordem dos Arquitectos no Habitat WORKING GROUP da União Internacional dos Arquitectos e Membro e Presidente do Conselho Nacional de Delegados da Ordem dos Arquitetos entre 2014 e 2017. Ao longo do seu percurso profissional, consolidou um legado marcado pelo desenvolvimento de habitação social, pelo planeamento urbano e pelo ensino.

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  • C1 - Habitação Unifamiliar; C2 - Habitação Coletiva; C3 - Equipamento Coletivo

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    João Santa Rita

    João Manuel Santa Rita, Doutor em Arquitetura (2021) e Mestre em Construção (1999) pelo Instituto Superior Técnico em Lisboa. Licenciado em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa (Novembro de 1989) e completou o liceu no curso de Equipamentos e Interiores da Escola Secundária António Arroio em Lisboa (1984).

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    Carolina Backlar

    Arquiteta nascida em Ponta Delgada, Açores, fundou o Atelier Backlar, em 2012 onde correntemente desenvolve vários projetos na área da habitação, serviços, turismo e ativação do espaço público, no Arquipélago e em Portugal Continental. Em 2011, foi chefe de projeto, em Londres, na Universal Design Studio, com Barber&Osgerby, vencedores, em 2013, do prémio Maison & Objet - Designers of the Year. Em 2009, venceu o programa Inov-Art, organizado pelo Ministério da Cultura, onde aprofundou os seus conhecimentos sobre estruturas pré-fabricadas, em Los Angeles. Entre 2005 e 2009 trabalhou entre Paris e Nova Iorque, no Atelier Jean Nouvel, vencedor do prémio Pritz-ker Price. Estudou em Paris, na École d’Architecture de Paris la Villette e licenciou-se na FAUTL, em 2006.

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    Inês Cordovil

    Licenciou-se na Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa em 1998. Colaborou no atelier Sousa Oliveira Arquitetura e Urbanismo Lda., no período compreendido entre 1998 e 2007, como arquiteta e coordenadora de projeto, onde destaca a coordenação dos projetos da Biblioteca Central e Arquivo Municipal de Lisboa e do Edifício de habitação Lisbon Stone Block. Entre 2007 e 2015 foi coordenadora de projeto no atelier Aires Mateus e Associados, onde destaca a coordenação do obra da ETAR de Alcântara, o projeto do Hotel Aquapura no Barrocal, e a reabilitação do Edifício na Rua Cecílio de Sousa (atual escritório da Aires Mateus). Fundou em 2007 a SIA arquitetura, com Sofia Pinto Basto e Ana Cravinho.

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    Julião Pinto Leite

    Licenciou-se em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, em 2007. Partner da OODA, onde tem vindo a desenvolver vários projetos como o Hoso, no Porto; a Torre 15 & 1 em Leça da Palmeira; e a Casa CM, em Oeiras. Julião foi distinguido com o Prémio Europeu 40 Under 40 2022-2023, organizado pelo Chicago Athenaeum Museum em colaboração com o European Center for Architecture, Art, Design and Urban Studies.Para além da arquitetura, Julião dedica-se à ilustração, uma vocação e motivação mais do que um hobby.

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    Alexandre Marques Pereira

    Em 1981 entra para o curso de Arquitetura da Escola Superior de Belas Artes do Porto, tendo acabado em 1986 na Faculdade de Arquitetura de Lisboa, donde é natural e residente. Desde 1993 é docente de Projeto de 5ºano, na Faculdade de Arquitetura e Artes da Universidade Lusíada de Lisboa. Foi Visiting Professor em 2006 na Universidade de Auburn, Alabama U.S.A. Em 2012 obtém o Doutoramento em arquitetura pela Universidade Lusíada, sobre as relações entre a cultura arquitetónica dentro do movimento moderno, entre o Norte e o Sul da Europa. Após ter trabalhado com Manuel Tainha desde 1986, em 1996 cria atelier próprio, no qual vem produzindo, diversos projectos e obras, tais como: Biblioteca Municipal de Sintra, 1996-2003, Prédio Saraiva de Carvalho, Lisboa 2001-2007, Reabilitação do Palacete do Relógio, Cais do Sodré, Lisboa 2002, Fundação Leal Rios, Lisboa 2001-2010, Escola Conde de Monsaraz, Reguengos de Monsaraz 2010-2013, Escola Arco Iris, Olivais, Lisboa 2015, Ampliação da Biblioteca Municipal de Viseu 2015, etc.

    C4 - Espaço Público; C5 - Reabilitação Arquitetónica; C6 - Jovens Emergentes

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    Teresa Nunes da Ponte

    Licenciou-se em arquitetura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1978. Dedica-se a projetos de reabilitação de edifícios, obra nova, espaço público, exposições, desenho de mobiliário, e estudos de património. De destacar a colaboração com a Fundação da Casa de Mateus entre 1986 e 2022 para o restauro e reabilitação da Casa e anexos agrícolas, incluindo o Museu e a Residência de Artistas no antigo Lagar de Azeite; e com a Fundação Calouste Gulbenkian a partir de 1999, para a manutenção, restauro e renovação dos seus edifícios, nomeadamente a Zona de Congressos e Auditórios da Sede, em Lisboa, incluindo o Grande Auditório – prémio DOCOMOMO 2021 na categoria Sustainable Uses, e o Centro Calouste Gulbenkian em Paris; Referem-se ainda alguns projetos como o restauro e reabilitação do Convento de São Francisco em Vila Franca do Campo e da Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal no Baluarte do Cais; e em Lisboa: do Espaço Público do Bairro da Bica, da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa na antiga Escola Machado de Castro e do Hotel Verride no Palacete de Santa Catarina –Prémio de Reabilitação Urbana e Menção Honrosa do Prémio Valmor em 2018. Co-autora do Guia Urbanístico e Arquitetónico de Lisboa e de outras publicações sobre a Cidade, sobre a Fundação Calouste Gulbenkian e seus edifícios, e no âmbito da curadoria ou montagem de exposições.

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    Paula del Rio

    Nasceu em Soria, Espanha em 1985. É arquiteta pela ETSA Madrid (2010), onde cursou também o Máster em Projetos Arqutitetónicos Avançados (2011) e exerceu como assistente convidada na disciplina de Proyectos 6 e 7 (2010-2014). Atualmente é assistente convidada no Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra (2018-). Em 2014 fundou junto com o arquiteto João Branco o escritório Branco del Rio arquitetos em Coimbra, que tem desenvolvido um percurso prático reconhecido por numerosos prémios nacionais e internacionais.

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    João Rapagão

    Termina o programa de doutoramento Arquitetura Moderna y Restauración na Escola Técnica Superior de Arquitetura da Universidade de Valladolid em 1992. Desenvolve atualmente a dissertação para Doutoramento em Arquitetura. Licenciado em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa em 1988, é Professor Auxiliar Convidado da Faculdade de Arquitetura e Artes da Universidade Lusíada, desde 1997, e do Departamento Autónomo de Arquitetura da Universidade do Minho, de 2002 a 2008, e presentemente em 2022|2023. É bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e da Fundação Calouste Gulbenkian. Preside ao Conselho Diretivo Regional do Norte da Associação dos Arquitetos Portugueses e da Ordem dos Arquitetos no triénio 1996|1998. Integra o Conselho de Administração da Fundação para o Desenvolvimento da Zona Histórica do Porto entre 2000 e 2002. Integra júris em concursos públicos e prémios de arquitetura internacionais, nacionais e regionais. Intervém como orador em diversos congressos e encontros, especialmente nos temas do Património e do Exercício da Profissão. Selecionado para diversas exposições em Milano, Lisboa, Frankfurt, Dessau, Salamanca, Aveiro, Coimbra e Porto. Exerce arquitetura desde 1988, especialmente em estudos e projetos de monumentos nacionais e equipamentos coletivos. É autor de ensaios monográficos em Ricardo Vieira de Melo - Habitar, da editora Caleidoscópio em 2004, e em Living in Porto - Floret Arquitectura, da editora Uzina Books em 2020. É autor e editor científico do Mapa de Arquitetura Arménio Losa e Cassiano Barbosa, editado pela Ordem dos Arquitetos em 2008

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    Patrícia Chorão

    Licenciou-se em Arquitetura em 1996 pela Faculdade de Arquitetura de Lisboa, na Universidade Técnica. Iniciou a sua atividade como arquiteta em projetos colaborativos com diversos ateliers (Rául Chorão Ramalho, Manuel Tainha, Gonçalo Byrne, João Luis Carrilho da Graça, PROAP, entre outros) e posteriormente em atelier próprio. Foi vencedora do Prémio Thyssen Arquitectura’98 com o projeto de Reabilitação e Revitalização da Estação do Norte de Valência e área envolvente, com um estudo urbano e arquitetónico do terreno em questão. Ao longo do seu percurso profissional, tem desenvolvido projetos essencialmente na área da reabilitação, mas também no desenho de construção nova. Para além da atividade como arquiteta, complementou a sua formação com o Curso Profissional de Fotografia (IPF 2012-13) e estudos em Antropologia (Universidade Nova de Lisboa, 2013). Colaborou ainda com a Associação Arquitetos Sem Fronteiras em ações de reconstrução e preservação do património da cultura Avieira. Em 2013 fundou o FAS – Fundo de Arquitetura Social com a Arq. Raquel Morais, associação sem fins lucrativos que tem como principal objetivo a regeneração urbana, através do trabalho colaborativo com a comunidade onde intervém. Em Janeiro de 2017 fundou o atelier Célula com a Arq. Filipa Teles Correia como plataforma de desenvolvimento de projetos de Arquitetura que assentem numa identidade própria com uma força intrínseca, singular em cada caso, procurando uma relação de respeito com a envolvente e com a tradicional arquitetura portuguesa.

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    Miguel Marcelino

    Miguel Marcelino (Portugal, 1981), arquiteto (DA/UAL, 2005), vive e trabalha em Lisboa. Estudou música no Instituto Gregoriano de Lisboa entre 1993 e 1998. Colaborou com Herzog & de Meuron (Suíça, 2003/04) e Bonell & Gil (Espanha, 2005/07), antes de estabelecer atelier próprio em 2008, vencendo nesse ano o seu primeiro concurso público. É docente convidado no Departamento de Arquitetura da Universidade Autónoma de Lisboa. A sua obra construída abrange as mais variadas escalas e programas, desde pequenas habitações privadas até grandes edifícios públicos. O seu trabalho tem sido exposto e publicado nos mais diversos meios, tanto nacionais como internacionais. Em 2014 foi convidado a integrar a representação oficial Portuguesa na Bienal de Veneza de Arquitetura

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    Frederico Soares

    Estudou Engenharia do Ambiente, no Instituto Superior Técnico // Universidade de Lisboa, tendo frequentado em simultâneo os cursos de pintura e desenho do ARCO. É licenciado em Arquitetura Paisagista pelo Instituto Superior de Agronomia // Universidade de Lisboa. Em 2011 fundou o atelier GETOUT, arquitetura paisagista.

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    Melides

    Melides

    José Adrião

    Vencedor

    Winner

    A casa está localizada numa planície a poucos quilómetros da costa atlântica portuguesa. Estazona tem a particularidade de ter um povoamento disperso em lotes de terreno de dimensãovariável. Na sua génese havia uma atividade predominantemente florestal/agrícola.A quinta das Oliveiras tem caraterísticas semelhantes. É constituída por uma pequena área decultivo, um pinhal e um conjunto de edifícios com escassa qualidade construtiva: umahabitação, anexos e telheiros de apoio.Os diferentes instrumentos de gestão territorial em vigor determinaram as regras base doprojeto. As edificações existentes só poderiam ser demolidas e substituídas. No caso dasubstituição, a nova construção deveria manter o perímetro de implantação da construçãopreexistente. Seria possível, de acordo com a mesma legislação, a construção de um piso emcave e um acréscimo de 20% da área de implantação num piso superior.A configuração da nova casa é reflexo do determinado pelos instrumentos de gestãourbanística.Os espaços interiores adaptaram-se à volumetria possível e o seu desenho procurou a luz e aventilação natural, como um fator determinante para criação de conforto.A nova casa estabelece uma relação total com o terreno a partir das áreas sociais, sendocomposta por dois volumes adossados entre si. Num volume baixo e comprido está a cozinha,a zona de refeições e a zona de estar num espaço aberto. Outro volume, mais alto e cúbico,contém as escadas que dão acesso ao quarto no piso superior e a uma zona de apoio na cave.A zona de cave é iluminada e ventilada por três pátios situados a norte, a sul e a nascente

    The house is located on a plain just a few kilometers from the Portuguese Atlantic coast. This area is characterized by a dispersed settlement pattern, with plots of varying sizes. Historically, the region had a predominantly forestry and agricultural use. Quinta das Oliveiras shares similar characteristics. It comprises a small cultivated area, a pine forest, and a group of buildings with low construction quality: a house, outbuildings, and simple shelters.

    The applicable territorial management regulations defined the fundamental guidelines for the project. The existing buildings could only be demolished and replaced. In the case of replacement, the new construction was required to follow the footprint of the pre-existing structures. According to the same legislation, it was permitted to build a basement level and to increase the footprint by up to 20% on an upper floor.

    The configuration of the new house reflects the constraints set by urban planning regulations.
    The interior spaces were designed within the allowed volume, with a focus on capturing natural light and ventilation, both key elements in creating comfort.

    The new house establishes a close relationship with the land, especially through its social areas, and is composed of two adjoining volumes. One is a low and elongated volume that houses the kitchen, dining, and living areas in an open-plan layout. The other, taller and cubic in shape, contains the staircase that leads to the upper-level bedroom and a support area in the basement.

    The basement is illuminated and ventilated through three courtyards located to the north, south, and east.

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    Crédito de Imagem: Francisco Nogueira

    Comentário do Júri:

    Num primeiro olhar o lugar é maior do que a casa. Serena e horizontal como a paisagem. Uma casa térrea, branca, com janelas desenhadas e uma chaminé. Ninguém diria que teve de acomodar um programa do dobro do tamanho da implantação permitida, que teve de respeitar o perímetro da implantação da ruína anterior e que se fez casa para baixo, trazendo a luz para a metade da casa que se encontra dentro da terra. É singular tanto no processo como na obra, mas o resultado não revela qualquer esforço. Num outro olhar, mais atento, detemo-nos no processo de pensamento que esteve na génese da casa e no seu resultado formal. Do projeto da casa de Melides destaca-se a inteligência do programa de arquitetura de habitação de férias, ou de segunda residência, construída num território rural, comum nos dias de hoje. Temos assistido à substituição de antigas por novas construções, por vezes com a obrigação de preservar ruínas. Esta dinâmica contemporânea gera uma ocupação disforme do território português em número, forma e construção. De sinal contrário, na casa de Melides observamos o desejo de integração, “de mergulhar” no lugar de forma natural. A casa de Melides destaca-se igualmente pela sua aparente simplicidade, num apurado exercício de desenho: - na horizontalidade da sua forma integrada no contexto, tanto no vernáculo local como na paisagem do lugar; - no sentido de unidade da sua composição, gerada pelo desenho elementar dos elementos que compõem a casa - das paredes, chaminés, plataformas interiores e exteriores, janelas, armários, bancos, floreiras, etc; - no proporcionado jogo de relações internas baseado na repetição e na semelhança dos espaços; - na presença da cor branca que reveste todos os materiais e elementos de construção deixando que a luz natural seja o principal modelador dos espaços; - na geometria que ordena todo o desenho da casa, tanto na planta como no corte, permitindo a construção de pátios ocultos ao exterior; - nas estratégias construtivas pragmáticas com sistemas e materiais que remetem para o ideário da construção popular das paredes de alvenaria de cal branca; E, finalmente, - na possibilidade de imaginarmos que podemos habitar esta casa de um modo informal, em espaços abertos, multifuncionais, luminosos, ventilados e confortáveis. Por tudo isto, a obra da casa de Melides, da autoria do atelier JAA José Adrião arquitetos, foi considerada por unanimidade merecedora do primeiro lugar na categoria de Habitação unifamiliar dos prémios Forma 2025.

     

     

    Casa no Cerrado

    House in the Cerrado

    Jorge André Santana Pimenta

    Menção Honrosa

    Honorable Mention

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    Crédito de Imagem: José Campos

    Comentário do Júri:

    A Casa no Cerrado, embora de pequena escala, desenvolve-se e trabalha de modo especialmente sensível, rigoroso e ajustado a partir de muitos dos grandes temas e assuntos de sempre da Arquitetura, como sejam, a Escala, a Luz e a Sombra, a relação Interior/Exterior, o Conforto, a Construção e os Materiais, ou as diversas Possibilidades para a vida e o habitar. A Casa e a sua envolvente procuram possibilidades e relações entre a Arquitetura, a Topografia e a Paisagem, neste caso em particular com a paisagem próxima e esta topografia em particular, com o cuidado e finalidade das coisas simples e respeito pelo Lugar, em conjunto com a contida complexidade do desenho dos seus diversos espaços interiores, o espaço de fronteira entre o dentro e o fora, o Alpendre, ou assim como a forma e desenho do caminho de Acesso, ou a Piscina, Tudo isto e mais o que seja, fazem desta pequena obra de Arquitetura, uma especial e sensível síntese de diversos modos da Arte de Construir, no Espaço e no Tempo, isto com a sua escala certa e assertiva, simples e complexa, e com o seu desenho contido, que não pretende ser apenas moderno, vernacular ou contemporâneo.

    Finalistas:

    Casa-Atelier

    Crédito de Imagem: Francisco Nogueira

    F_0 23 — Casa Atelier no Caramão

    Autores: José Maria Cumbre e Nuno Sousa Caetano Atelier: ASPA

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    Crédito de Imagem: Francisco Nogueira

    F_0 30 — Casa na Serra do Louro

    Autor: João Completo Atelier: cimbre

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    Crédito de Imagem: Daniel Malhão

    F_0 56 — Casa Catribana

    Autor: Luís Pedro Pinto Atelier: STUDIO-LPP

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    Edifício de habitação em Cascais

    Residential Building in Cascais

    Atelier AAVV

    Vencedor

    Winner

    Construir num gaveto é desenhar na paisagem da cidade. Mas construir é dar um corpo, e dar um corpo é abrir a forma do espaço.
    Construir um edifício no canto de uma avenida de uma vila como Cascais, em que a ressonância da cidade-jardim criou um tecido de implantações destacadas, é levantar uma presença nova, plantar um corpo, que antes não existia, na terra, no lugar.

    Mas a circunstância, que define o quadro, não é verdadeiramente suficiente. É preciso um ato de coragem para existir, e existir é ter uma estrutura, encontrar uma ordem própria na procura da permanência. Na arquitetura, talvez seja mesmo necessária a aproximação à (a vertigem da) abstração para sermos capazes de fazer o concreto.

    "A pedra está poisada sobre si mesma
    No tempo da indigência não pedirás outra abundância
    Nenhum outro verso ou casa
    Nenhuma outra firmeza
    A pedra está poisada sobre si mesma"
    — Daniel Faria

    Neste projeto, confrontados com um contorno estático determinado pelo planeamento urbanístico e com a diversidade tipológica que o cliente insistiu que o edifício tivesse, foram a métrica de uma estrutura que se tornou forma, a força da geometria e o desejo de abrir o espaço de 15 casas ao sol e ao mar que lançaram a direção do caminho.

    As casas, que não podem ficar presas pelo programa, descobriram sentido na profundidade da forma, em que uma galeria de distribuição pode voltar a ser um espaço singular, e na possibilidade de os espaços de encontro se estenderem à relação aberta com o lugar. E, assim, fez-se a combinação de casas com um, dois, três e quatro quartos, guardando as variações no desenho do edifício como um todo.

    A estrutura assumiu a sua concretização natural como forma, para fazer inteiro o que é complexo, a partir da clareza física da matéria. O betão, autónomo, mas testemunho de um lugar do moderno manifestado na torre do Athouguia ali ao lado, pigmentado por querer pertencer sem humilhar os regionalismos suaves da vizinhança, e acabado com uma erosão forçada para fazer a pele grossa sem a qual ainda não se é grande coisa.

    Dentro, defendeu-se a simplicidade na construção material: estuque, pedra, madeira aparente, madeira pintada e marmorite, sempre nos seus planos próprios e claros, deixando as particularidades entrar com as pessoas que ali vão viver.

    E, no fim, regressamos à cidade plantada, que enquadra uma forma nova, trepando-a para fazer jardins também dos terraços. Fica um corpo de betão erodido plantado sob a luz, uma estrutura levantada, pronta, que espera a passagem do tempo medida nos dias da vida de cada um.

    Building on a corner is drawing in the landscape of the city. But to build is to give a body, and to give a body is to open the form of space.
    Constructing a building at the corner of an avenue in a town like Cascais, where the resonance of the garden-city has created a fabric of detached placements, means raising a new presence, planting a body that did not exist before, into the earth, into the place.
    But circumstance, which defines the framework, is not truly enough; an act of courage is needed to exist, and to exist is to have a structure, to find an order of one’s own in the search for permanence. In architecture, perhaps it is indeed necessary to verge on abstraction in order to be capable of making the concrete.

    The stone rests upon itself
    In the time of indigence, you will ask for no other abundance
    No other verse or house
    No other firmness¹ 

    In this project, faced with a static outline determined by urban planning and with the typological diversity established by the program, it was the metric of a structure that became form, the force of geometry, and the desire to open the space of 15 houses to the sun and the sea that set the direction of the course.
    The houses, which cannot be bound by the program, found meaning in the depth of the shape of the volume, where a distribution gallery could once again become a distinct space, and in the possibility for living spaces to extend into an open connection with the site. Thus, a combination of houses with one, two, three, and four bedrooms took shape, preserving variations within the form of the building as a whole.
    The structure assumed its natural realization as form, making whole what is complex, by the physical clarity of matter. The concrete – autonomous, yet a testimony to a modernist legacy manifest in Ruy d’Athouguia’s tower nearby – was pigmented in order to belong, to help reclaim the soft regionalisms in the neighbourhood, and finished with a forced erosion to create the thick skin without which one is still not much of anything.
    Inside, simplicity in material selection was observed. Plaster, stone, exposed wood, painted wood, and terrazzo – each in its own distinct and clear planes – allowing for particularities to enter with the people who will come to live.
    And in the end, we return to the planted city, which frames a new form, climbing it to turn the terraces into gardens as well. A body of eroded concrete now stands, planted under the light, a structure raised, ready, awaiting the passage of time measured in the days of each one's life.

    ¹Loosely translated from A pedra está poisada sobre si mesma, Daniel Faria

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    Crédito de Imagem: João Guimarães / João Peleteiro

    Comentário do Júri:

    Num tempo em que as cidades enfrentam desafios profundos — da acessibilidade à sustentabilidade, da densidade à diversidade social — a arquitetura de habitação multifamiliar tem um papel decisivo. É necessário saber desenhar Habitação, imaginando modos de vida, criando comunidades, garantindo que o espaço onde vivemos seja digno, inclusivo e humano. O projeto premiado soube responder a essas exigências com mestria. Não replica modelos, mas reinterpreta-os. Demonstrou que é possível conciliar inovação e responsabilidade, linguagem contemporânea e respeito pelo lugar. O alçado responde bem aos usos a que se destina: uma métrica mais regular e opaca em zonas mais privadas e uma abordagem mais transparente com espaço exterior nas zonas sociais. O encontro entre as duas realidades parece bem resolvido e é pontuado com elementos volumétricos de excepção curvos. As tipologias são claras e funcionais. As fracções têm sempre mais do que uma frente e privilegia-se sempre as zonas sociais no canto. O uso inteligente das materialidades também merece destaque. O betão desativado pigmentado é intemporal adequam se ao contexto onde está inserido. Este prémio é um reconhecimento - mas também um convite - a continuarmos a pensar a habitação como um direito, uma oportunidade e uma forma de construção coletiva. E, acima de tudo, a sensibilizar os investidores sobre a importância do papel do arquiteto nessa responsabilidade. A responsabilidade de saber fazer cidade.

    Finalistas:

    ursa_EdificioHabitacionalNaRuaRobertoIvens_1_PormenorDaFachadaDaRuaRobertoIvens©AlexandreD

    Crédito de Imagem: Alexandre Delmar e Hugo Santos Silva

    F_0 48 — Edifício Habitacional na Rua Roberto Ivens

    Autores: Luís Ribeiro da Silva e Margarida Quintã Atelier: Ursa Arquitectura

    SUMMARY_G-5_CASAS_05.jpg

    Crédito de Imagem: Alexander Bogorodskiy

    F_0 64 — G - 5 CASAS

    Autor: Samuel Gonçalves, Arq.º Atelier: SUMMARY

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    Crédito de Imagem: ATTILIO FIUMARELLA

    F_0 75 — EDIFÍCIO HS

    Autor: José Carlos Nunes de Oliveira Atelier: NOARQ - NO ARQUITECTOS, LDA

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    Crédito de Imagem: Ivo Tavares Studio

    F_0 92 — 797 Fernandes Thomaz

    Autor: Adriana Floret Atelier: Floret Arquitectura

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    Estufa Pedagógica e Galinheiro da Quinta de Serralves

    Pedagogical Greenhouse and Chicken Coop of the Serralves Farm

    depArchitects

    Vencedor

    Winner

    A antiga Quinta do Mata-Sete, localizada no extremo sudoeste do Parque de Serralves, funciona hoje como quinta pedagógica da Fundação. Com uma lógica pragmática ditada pela função agrícola, distingue-se do desenho geometrizado de influência francesa do restante parque.

    O conjunto de duas intervenções na quinta de Serralves, composto por uma estufa pedagógica e um galinheiro, surge da necessidade de criação de espaços dedicados a atividades pedagógicas da Quinta e localiza-se num ponto de charneira destas duas realidades.
     

    Estufa Pedagógica

    Procurando uma transformação mais perene do território, recorreu-se ao léxico de materiais que já caracterizam o parque e a sua humanização. Propõe-se uma intervenção em dois gestos de transformação elementares:

    Com um conjunto de grandes blocos de granito, desenha-se um muro de baixa altura que, pela sua geometria e relação com o terreno, permite a criação de um espaço naturalmente abrigado e confinado — num gesto mais telúrico do que arquitetónico — aludindo às formas de transformação do território mais rudimentares, como os campos masseira do norte litoral de Portugal.

    Sobre este muro surge uma cobertura de madeira que, soltando-se do plano do terreno, acaba de conter o espaço e desenha uma área de estufa fechada.

    A presença da construção resulta serena na relação longínqua com o parque, e dominadora na relação mais próxima que estabelece com a horta produtiva para onde se abre.

    A adaptabilidade da intervenção ao longo do tempo foi uma das premissas do projeto. Se a cobertura, de materialidade mais efémera, desaparecer, ficarão apenas os muros de configuração do terreno como parte integrante do vasto parque.
     

    Galinheiro

    Da necessidade inusitada de criar um abrigo para galinhas na Quinta Pedagógica de Serralves, procurou-se a radicalidade no desenho dos elementos mínimos.

    A implantação rouba-se ao pragmatismo dos edifícios agrícolas existentes, que já tinham encontrado a melhor orientação solar.

    Sem artifício, a composição que dá forma ao galinheiro e a sua estrutura de suporte são um exercício de síntese e métrica, ditadas pelas regras tectónicas do material e pelo controlo da escala da intervenção.

    A peça é assim constituída por dois módulos simétricos que pousam em seis blocos de granito, assumindo a sua leveza e efemeridade, e por uma cobertura de duas águas em zinco que se projeta afirmativamente para fora dos limites do galinheiro.
     

    Por fim, a cor — elemento essencial na composição — distingue os elementos e sugere um diálogo com as restantes construções existentes.

    Com o conjunto das duas intervenções, pretende-se que seja ampliado e reforçado o carácter lúdico e instrutivo da quinta e da sua horta, informando o público acerca da “natureza” da paisagem, enquanto coisa inevitavelmente construída, que narra a inevitável relação do homem com o meio que o envolve.

    The former Quinta do Mata-Sete, located at the southwestern edge of the Serralves Park, now functions as the Foundation’s educational farm. With a pragmatic logic dictated by its agricultural purpose, it stands apart from the geometrically designed, French-influenced layout of the rest of the park.

    The project consists of two interventions at the Serralves farm — a pedagogical greenhouse and a chicken coop — born from the need to create spaces dedicated to the farm’s educational activities. They are located at a transition point between these two contrasting realities.
     

    Pedagogical Greenhouse

    Aiming for a more enduring transformation of the land, the intervention draws from the material vocabulary already present in the park and its humanized landscape. The proposal is expressed through two elemental gestures of transformation:

    Using large granite blocks, a low wall is built, whose geometry and relationship with the terrain create a naturally sheltered and enclosed space — a gesture that is more earthy than architectural, evoking primitive land-shaping methods such as the masseira fields of Portugal’s northern coastline.

    Above this wall rises a timber canopy that, detaching itself from the ground plane, completes the enclosure and defines a closed greenhouse space.

    The presence of the structure is serene in its distant relationship with the park, yet assertive in its proximity to the productive garden into which it opens.

    Adaptability over time was a key premise of the project. If the canopy — made from more ephemeral materials — were to disappear, the granite walls would remain as part of the park’s terrain configuration, fully integrated into the landscape.
     

    Chicken Coop

    From the unusual requirement to create shelter for chickens at the Serralves Educational Farm, the design sought radical simplicity in the articulation of minimal elements.

    Its siting borrows from the pragmatism of the existing agricultural buildings, which had already identified the best solar orientation.

    With no embellishment, the composition of the chicken coop and its supporting structure is an exercise in synthesis — a balance between the tectonic logic of the material and the control of scale.

    The piece consists of two symmetrical modules resting on six granite blocks, expressing their lightness and impermanence. A gable zinc roof extends assertively beyond the coop’s footprint.

    Finally, colour — an essential compositional element — distinguishes each part and establishes a dialogue with the surrounding constructions.
     

    Through these two interventions, the aim is to amplify and reinforce the farm’s educational and playful character, offering the public insight into the “nature” of the landscape — as something inevitably constructed — and telling the unavoidable story of humankind’s relationship with the environment that surrounds it.

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    Crédito de Imagem Federico Farinatti, Francisco Ascenção, José Campos, Hugo Costa Silva

    Comentário do Júri:

    A arquitetura pode ser concebida como um saber técnico, uma resposta funcional, uma forma de expressão cultural ou mesmo como reflexo de posicionamentos políticos e ideológicos. Envolve preocupações ecológicas e de sustentabilidade e revela-se, sobretudo, como a arte de comunicar através do espaço. Nas palavras do arquiteto Claudi Martínez, a arquitetura ‘mais do que um objeto, é acção’ — exige um verbo e, por isso, movimento. Requer presença, experiência e um relacionamento em forma de diálogo mudo com a consciência do ser humano. O projeto premiado, implantado na Quinta Pedagógica do Museu de Serralves, dos depArchitects, dá corpo a esta visão ao ilustrar como o ambiente construído, conforme referem os autores, molda a ‘inevitável relação do homem com o meio que o envolve’. Recordamos que não são apenas a escala ou o propósito que determinam o valor de uma criação, mas também o efeito que esta exerce sobre o bem-estar de quem nela permanece. Este reconhecimento celebra uma proposta cuja simplicidade nasce de um gesto de cuidado. Um lugar que não se impõe, que não exige esforço de adaptação, mas que, intuitivamente, convida ao repouso físico e emocional. Através da escolha criteriosa de materiais autênticos, de texturas que envolvem, de uma integração subtil com a paisagem, de aromas e sons permanentes, o projecto valoriza a experiência espacial, mas, sobretudo, sensorial, tornando o percurso educativo ainda mais significativo. A sua composição distingue-se por uma métrica linear, facilidade de montagem e uso de recursos reutilizáveis — como madeira e a pedra — evidenciando uma consciência crítica face à importância do enquadramento ecológico da intervenção e à sua pegada ambiental. Vivemos uma época favorável à revisão dos paradigmas com que pensamos o habitar. Transportar esta reflexão para a prática arquitectónica implica uma abordagem transdisciplinar, capaz de integrar múltiplos saberes. Trata-se de aplicar ferramentas que nos permitam compreender de que maneira o ser humano ocupa, percebe e é impactado pelo ambiente. A obra premiada está nesta linha de pensamento: busca contribuir para o equilíbrio cognitivo, fisiológico e socioemocional dos usuários, concebendo espaços que estimulem e respeitem a complexidade da sua existência. Entretanto, a seleção dos finalistas e do vencedor na categoria de Equipamento Coletivo gerou um intenso e fértil debate entre os membros do júri. A principal razão que tornou as escolhas difíceis foi a grande qualidade das propostas a concurso, na sua diversidade, contribuindo para a excelência da arquitetura feita em Portugal. O júri decidiu por isso partilhar as notas sobre os 4 finalistas, como forma de reconhecimento, destacando algumas características singulares em cada uma das obras, na sua resposta a diferentes contextos: • na capela mortuária em Barrancos, dos MESA atelier, vemos um edifício que propõe uma incisão sensível no território e uma nova leitura da arquitetura tradicional local; que se formaliza como equipamento com um programa simultaneamente interior, nas capelas, e exterior, na cobertura miradouro; que desenha um espaço com a desejada carga simbólica e, no entanto, aberto a todas ou nenhuma religião. • no Jardim da galeria municipal do Montijo, dos arquitetos Ricardo Back Gordon e Rui Mendes, a construção de um elevador - que promove a acessibilidade universal a um edifício público - transcende a função e funda um lugar de exceção no contexto urbano; desenha um jardim contido ou “hortus conclusus”, que é ao mesmo tempo percurso e suspensão, edificado e vazio. • na Adega e Residência de Estudantes no Mosteiro de Santa Maria do Mar, Sassoeiros, do arquiteto Pedro Matos Gameiro, destaca-se uma obra integrada de restauro, reconversão funcional e construção nova, que resolve o impasse inacabado do acesso ao Mosteiro; que desenha com mestria um novo conjunto, “em ressonância” com os edifícios preexistentes - projetados no atelier de Nuno Teotónio Pereira do final dos anos 50 do século passado – adaptando-os a novos programas de uso e continuandoos de um modo rigoroso e natural. • no Edificio sede-Corcet, do arquiteto Nuno Melo Sousa, destaca-se uma obra que, pela singularidade do seu desenho icónico, transforma um conjunto de armazéns industriais num “templo” dedicado ao programa comercial de uma empresa de desportos motorizados com áreas de escritório e convívio; obra que funciona como uma espécie contraponto aos anteriores projetos, dando resposta a um programa corporativo num tecido industrial.

    Finalistas:

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    Crédito de Imagem: Nuno Almendra

    F_0 37 — Casa Mortuária de Barrancos

    Autores: Paulo Dias (coord.); João Varela e Ana Isabel Santos Atelier: MESA Atelier

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    Crédito de Imagem: Francisco Nogueira

    F_0 58 — Jardim da Galeria Municipal do Montijo

    Autores: Ricardo Bak Gordon e Rui Mendes Atelier: Bak Gordon Arquitectos e RM Arquitectura

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    Crédito de Imagem: Marta Ferreira - LFA Fotografia

    F_0 68 — Adega e Residência de Estudantes no Mosteiro de Santa Maria do Mar, Sassoeiros, Carcavelos

    Autor: Pedro Matos Gameiro Atelier: Matos Gameiro arquitectos

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    Crédito de Imagem: Francisco Ascensão

    F_0 101 — Edifício -Sede CORCET

    Autor: Nuno Melo Sousa Atelier: Nuno Melo Sousa

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    Requalificação do Largo do Rossio em Cem Soldo

    Redevelopment of Largo do Rossio in Cem Soldos

    Baldios Arquitetos Lda

    Vencedor

    Winner

    Cem Soldos é uma aldeia a 3 km de Tomar, cujo ativismo associativo permitiu, entre outros, a consolidação do Festival Bons Sons, um festival de música portuguesa de referência no panorama nacional, que ocorre desde 2006.

    O processo de requalificação do Largo do Rossio remonta a 2014, na sequência da associação local, o Sport Clube Operário de Cem Soldos (SCOCS), elaborar o projeto Ao Largo, um grupo de discussão sobre este espaço público.

    Em 2019, no âmbito da classificação de Cem Soldos como Área de Reabilitação Urbana (ARU), a Câmara Municipal de Tomar lança um concurso por convite para a elaboração do projeto de Requalificação do Largo, cujo programa preliminar exprime os desejos e ambições da comunidade local.

    Após a elaboração do Estudo Prévio, o projeto foi sujeito a um processo de participação pública, com a apresentação do projeto, reuniões com a população e com os agentes decisores.

    Esta intervenção é paradigmática na forma como a reabilitação urbana pode responder aos desafios das alterações climáticas e demográficas, servindo como suporte de ações de inovação social, atuando ao nível do quotidiano e da vida comunitária.
     

    Descrição do projeto

    A proposta constrói um grande espaço amplo no centro do Largo, que mantém a expressão triangular atual, podendo ser ocupado pontualmente para inúmeros eventos (o Festival Bons Sons, o Madeiro de Natal e a Festa de Aleluia, entre outros), e que, simultaneamente, consiga adaptar o espaço aos desafios das alterações climáticas, bem como da acessibilidade de todos os cidadãos.

    Os limites do Largo foram densamente plantados com árvores, que acompanham e trazem sombra para os principais percursos pedonais. Esta plataforma em saibro conecta-se com a fachada nascente do Largo, por esta ser aquela que melhor permite as ligações pedonais com as ruas envolventes.

    O poço existente foi recuperado e revelado, funcionando também como um espaço de estadia, com a introdução de jogos de tabuleiro tradicionais na pedra.

    Em redor das fachadas, nas ruas envolventes e no adro da Igreja, é proposto um pavimento em lajes de calcário que permite uma mobilidade universal, sem desníveis ou pendentes acentuadas, resolvendo ao mesmo tempo as novas infraestruturas propostas, tais como drenagem pluvial e iluminação pública com sistema de LED.

    As faixas de circulação das vias de acesso continuaram com dois sentidos, resultando numa velocidade de circulação menos acentuada.

    Em algumas das travessas do Largo foram instaladas pérgolas com plantação de vinha, permitindo que hajam espaços sombreados na estação quente.

    Ao longo dos percursos pedonais foram espalhados vários jogos de chão integrados no desenho do pavimento, entre os quais 100 moedas ou 'Soldos' pela aldeia. Estes 'Soldos', pequenas moedas de latão impressas, foram desenhados pelos próprios alunos da Escola Básica, que foram convidados a desenhar as moedas, participando assim no próprio desenho do espaço.

    Cem Soldos is a village located 3 km from Tomar, whose associative activism has enabled, among other things, the consolidation of the Bons Sons Festival, a reference festival for Portuguese music on the national scene, held since 2006.

    The process of redevelopment of Largo do Rossio dates back to 2014, following the local association, the Sport Clube Operário de Cem Soldos (SCOCS), which developed the project Ao Largo, a discussion group about this public space.

    In 2019, within the scope of Cem Soldos’ classification as an Urban Rehabilitation Area (ARU), the Municipality of Tomar launched an invited competition for the preparation of the Largo Redevelopment project, whose preliminary program expresses the wishes and ambitions of the local community.

    After the preparation of the Preliminary Study, the project underwent a public participation process, with presentations, meetings with residents, and decision-makers.

    This intervention is paradigmatic in showing how urban rehabilitation can respond to the challenges of climate change and demographic shifts, serving as a basis for social innovation actions, and acting at the level of daily life and community living.
     

    Project Description

    The proposal creates a large open space at the center of the Largo, maintaining the current triangular shape, which can be temporarily used for numerous events (such as the Bons Sons Festival, the Christmas Log, and the Easter Festival, among others), while simultaneously adapting the space to the challenges of climate change and ensuring accessibility for all citizens.

    The edges of the Largo have been densely planted with trees, providing shade along the main pedestrian routes. This gravel platform connects to the east-facing facade of the Largo, as it best facilitates pedestrian links with the surrounding streets.

    The existing well was restored and revealed, also functioning as a resting space, with the introduction of traditional board games engraved in stone.

    Around the facades, on the surrounding streets, and in the churchyard, a limestone slab pavement is proposed that allows for universal mobility, without level changes or steep slopes, while accommodating the new infrastructure works such as stormwater drainage and public LED lighting.

    The traffic lanes on access roads remain two-way, resulting in reduced vehicle speeds.

    In some of the smaller streets of the Largo, pergolas with vine planting were installed, creating shaded areas during the warm season.

    Along the pedestrian paths, several ground games integrated into the pavement design are scattered, including 100 coins or 'Soldos' throughout the village. These 'Soldos', small brass-engraved coins, were designed by the students of the Basic School, who were invited to participate in the design of the space through their coin creations.

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    Crédito de Imagem José Almeida, Alexandre de Magalhães

    Comentário do Júri:

    O projeto do Largo do Rossio em Cem Soldos, da autoria do atelier Baldios foi votado por maioria como vencedor do Prémio Forma 2025 – Categoria Espaço Público. Trata-se da reabilitação do Largo central da aldeia de Cem Soldos, nos arredores de Tomar, conhecido pela organização do festival de música portuguesa Bons Sons. O projeto, que parte de uma iniciativa cidadã, propõe uma relação intensa e decisiva entre a comunidade local e o projeto do espaço público. Valoriza-se a implementação de estratégias de participação, e a incorporação da comunidade local como forma de operar na cidade e no espaço público. As opções de projeto são subtis e sucintas, orientadas a assegurar a versatilidade no uso do espaço e qualificação ambiental do espaço por meio da presença vegetal e da água. As preocupações estão ligadas ao quotidiano: acessibilidade, sombra, utilização de materiais locais e envolvimento da população. O projeto é exemplar no processo, no envolvimento da cidadania, na recuperação da história e da memória coletiva, e na riqueza subtil do resultado.

    Finalistas:

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    Crédito de Imagem: Os Espacialistas

    F_0 12 — Cella

    Autores: Diogo Castro Guimarães, Luis Maria Baptista Atelier: Os Espacialistas

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    Crédito de Imagem: Francisco Nogueira

    F_0 55 — Praça de Espanha

    Autores: Npk, Arquitectos Paisagistas + Atelier Rua

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    Crédito de Imagem: Ivo Tavares Studio, LJ-Group

    F_0 76 — Duo Hotel Lisbon

    Autor: LJ-Group Atelier: LJ-Group

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    Intervenção no Edificio da Nacional - Aliados, Porto

    Intervention in the Nacional Building – Aliados, Porto

    Menos É Mais Arquitectos

    Vencedor

    Winner

    Edifício ‘A Nacional’ (1919–1925) (2018–2024)

    O Edifício da Companhia de Seguros “A Nacional”, da autoria do arquiteto Marques da Silva, sofreu várias alterações que desvirtuaram a qualidade da solução original de 1919, destacando-se, entre elas, a intervenção de 1966, onde foi demolido o grande lanternim do espaço central do átrio e construída uma laje em betão para ampliação da área de escritórios, desvirtuando a cobertura.

    A oportunidade de reabilitação do edifício surge pela iniciativa do promotor de modificação dos pisos em desuso de escritórios para habitação de diferentes tipologias, respondendo às circunstâncias sócio-urbanísticas sofridas pela cidade do Porto no século XXI.

    Perante o valor da preexistência, procurou-se, através do desenho arquitetónico, clarificar os vários estratos e alterações ocorridas no edifício e, sempre que possível, ir ao encontro do desenho original de Marques da Silva.

    Procedeu-se à demolição das obras dos anos 60, repondo o lanternim central que transforma o átrio de novo em “pátio”, aproximando-se da relação espacial, luminosa e “urbana” prevista no projeto de Marques da Silva.

    Perante o valor da preexistência, o projeto atual aposta no desenho cirúrgico das infraestruturas — o que é fixo na mudança — introduzindo flexibilidade e reversibilidade programática. Uma atualização dos usos pela infraestruturação, um retomar contemporâneo do desenho original.

    A atualização programática de escritórios para habitação consegue-se num reajuste da compartimentação interior. Respeitando a lógica de planta repetitiva, propõem-se núcleos de serviços aprumados onde se concentram cirurgicamente todas as infraestruturas necessárias.

    Num jogo ergonómico de contenção desenham-se módulos autónomos organizados em dois níveis que concentram kitchenette, sanitários, escada, cama e armários. Estes módulos/armários, com recurso à linha curva, sublimam a fluidez espacial numa aproximação metafórica à linguagem de Marques da Silva.

    A distribuição é feita pelos passadiços pré-existentes.

    No piso 5, é aberta a laje, reposta a claraboia e passadiço para acesso à torre do Relógio e às duas habitações que ocupam o desvão das coberturas inclinadas.

    O edifício conjuga o emprego de materiais tradicionais como a alvenaria de pedra revestida a cimento nas fachadas, a madeira nas vigas secundárias dos pavimentos, com materiais modernos para a época, nomeadamente, o ferro fundido e o betão armado.

    O projeto atual estimulou a continuidade na utilização de materiais e técnicas tradicionais, aliados à aplicação de novos materiais, que se adequam harmoniosamente com os preexistentes. Valores como os de autenticidade, integridade e reversibilidade foram tidos em conta ao nível do pensamento projetual que procura consensos entre intervenção no património, cumprimento das normativas e exigência de conforto atuais.

    ‘A Nacional’ Building (1919–1925) (2018–2024)

    The “A Nacional” Insurance Company Building, designed by architect Marques da Silva, underwent several alterations that distorted the quality of the original 1919 design, notably the 1966 intervention where the large lantern of the central atrium was demolished and a concrete slab was constructed to expand the office area, compromising the roof.

    The opportunity to rehabilitate the building arose from the initiative to convert the unused office floors into housing of different typologies, addressing the socio-urban circumstances faced by the city of Porto in the 21st century.

    Given the value of the preexisting structure, the architectural design sought to clarify the various layers and changes the building had undergone and, whenever possible, to align with Marques da Silva’s original design.

    The 1960s works were demolished, restoring the central lantern that transforms the atrium once again into a “courtyard,” approaching the spatial, luminous, and “urban” relationship envisioned in Marques da Silva’s project.

    Considering the value of the preexisting building, the current project focuses on the surgical design of infrastructure—what is fixed amid change—introducing programmatic flexibility and reversibility. It updates uses through infrastructuring, offering a contemporary reinterpretation of the original design.

    The programmatic update from offices to housing is achieved by readjusting the interior layout. Respecting the repetitive floor plan logic, service cores are proposed, where all necessary infrastructure is concentrated with surgical precision.

    In an ergonomic containment approach, autonomous modules are designed over two levels, incorporating kitchenette, bathrooms, stairs, bed, and wardrobes. These modules/wardrobes, using curved lines, enhance spatial fluidity, metaphorically referencing Marques da Silva’s architectural language.

    Distribution occurs via the preexisting walkways.

    On the fifth floor, the slab is opened, the skylight and walkway are restored for access to the Clock Tower and the two dwellings occupying the attic space beneath the pitched roofs.

    The building combines traditional materials such as stone masonry coated with cement on the facades, and wood for secondary floor beams, with modern materials for the era, notably cast iron and reinforced concrete.

    The current project promotes the continued use of traditional materials and construction techniques, allied with new materials harmoniously integrated with the existing ones. Values such as authenticity, integrity, and reversibility were carefully considered within the design philosophy, which seeks consensus between heritage intervention, compliance with regulations, and contemporary comfort requirements.

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    Crédito de Imagem José Campos

    Comentário do Júri:

    Após a apreciação e classificação dos concorrentes à Categoria Reabilitação Arquitetónica, o júri expressa a sua satisfação com a qualidade e diversidade das candidaturas apresentadas, nomeadamente, pela abrangência dos entendimentos e conhecimentos disciplinares revelados no universo da valorização patrimonial e cultural da arquitetura. Seguidamente, avaliou e classificou os cinco finalistas, tendo elegido a recuperação e ampliação do imóvel de A Nacional, da autoria de Menos é Mais Arquitetos, decorrida entre 2018 e 2024, por unanimidade. Das alegações e comparações de argumentos realizadas, os jurados destacam que a intervenção no imóvel revela uma coerência e uma competência disciplinar que compreende várias estratégias, da manutenção dos valores formais, espaciais e materiais assinados por José Marques da Silva, entre 1919 e 1925, à conciliação e introdução de adições que satisfazem exigências funcionais e infraestruturais atuais, capazes de dialogar e acrescentar valor ao imóvel herdado e recuperado. O diálogo entre a arquitetura e a estrutura, evidenciada pela ampliação e modelação do último, a espacialidade e a materialidade dos volumes que, interiormente, acrescentam e conquistam o espaço, não dispensando um desenho capaz de integrar e continuar o tempo, e a pormenorização elaborada e cuidada, simultaneamente conciliadora e legitimadora da ação, validam esta apreciação e classificação maior. A luz recupera o protagonismo interior e anterior previsto por José Marques da Silva, com a clarificação e eliminação de elementos dissonantes. As adições assumem, ainda, uma contemporaneidade qualificada e integrada na linguagem existe, através de um desenho simultaneamente depurado e texturado. O júri sublinha, finalmente, os mecanismos instrumentais e mentais evidenciados na continuidade espacial e temporal da intervenção, considerando que a atuação da autoria de Menos é Mais Arquitetos se apresenta com uma ética patrimonial e cultural disciplinarmente exemplar para os arquitetos e para a arquitetura que merece, assim, ser destacada e premiada.

    Finalistas:

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    Crédito de Imagem: Mark Ebbeng

    F_0 16 — Quarteirão do Rossio

    Autores: Contacto Atlântico, Engº José Coelho, Alves Ribeiro, HCI, Gapres Atelier: Contacto Atlântico

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    Crédito de Imagem: Francisco Nogueira

    F_0 35 — Marquês de Abrantes

    Autor: José Adrião Atelier: José Adrião Arquitetos

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    Crédito de Imagem: Frederico Martinho

    F_0 61 — Casa em Olhão

    Autores: Bruno Oliveira, Marlene dos Santos Atelier: estudio ODS

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    Crédito de Imagem: Arquivo Histórico do Porto, Francisco Ascenção, José Campos

    F_0 95 — Abrigo dos Pequeninos - Reservas dos Museus Municipais do Porto

    Autores: Luis Sobral, Carlos Azevedo, João Crisóstomo, Ângela Meireles Atelier: depa Architects

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    Mercado do Bairro Padre Cruz

    Padre Cruz Neighborhood Market

    REDO architects

    Vencedor

    Winner

    A história do Mercado do Bairro Padre Cruz está estritamente relacionada com a evolução do próprio bairro, onde no início do século XX se localizava a Quinta da Pentieira. Os primeiros levantamentos históricos indicam que a estrutura original, em 1907, albergava uma vacaria e outras dependências que serviriam de apoio às atividades agrícolas.

    Apenas em 1962, com a criação do bairro, foi feita a conversão do edifício para mercado, anexando ao mesmo uma zona de lojas e praça complementada com áreas de serviço, que foram, durante a última década, descaracterizadas.

    O projeto de requalificação propõe a conservação das paredes principais do edificado e uma demolição parcial do interior mais recente, restaurando desse modo a zona de praça, criando zonas de bancas e espaços flexíveis, permitindo simultaneamente ampliar o pé-direito, proporcionando mais entradas de luz natural e uma melhor ventilação. As lojas a nascente são também preservadas, e são criadas novas aberturas para a praça e para a Rua do Rio Cávado, estabelecendo uma interação direta entre todas as partes.

    Explorando a nova organização espacial, o programa prolonga-se com a criação do primeiro piso, conectado através de duas escadarias localizadas nas extremidades do mercado, criando um percurso contínuo de acesso à nova galeria comercial. As novas lojas estão diretamente conectadas com o terraço, onde irão coexistir canteiros dedicados a hortas urbanas e diversas esplanadas.

    A consolidação do existente é complementada com uma nova cobertura, que surge como elemento agregador de todo o projeto e que define a identidade da proposta. A geometria da cobertura existente é redimensionada, criando a sul um átrio coberto — um novo espaço polivalente aberto ao público, que poderá funcionar como zona de feira ou para eventos culturais, expandindo o programa do mercado para o bairro.
     

    Lógica construtiva e da natureza dos materiais

    O conceito do projeto gera uma dualidade de materialidades: a de preservação e potencialização do edificado existente, com materiais minerais e tradicionais. A adição de uma nova estrutura híbrida e ligeira, que engloba as novas lojas e a cobertura, com diversos elementos em madeira.

    As paredes existentes em pedra e alvenaria são reforçadas estruturalmente com betão projetado, revestido com reboco à tirolês e azulejo. Os pavimentos e diferentes embasamentos são revestidos com pedra lioz regional.
    A nova cobertura é constituída por uma estrutura mista, com os pórticos principais metálicos, contraventados com madres de madeira. Esta combinação permitiu uma economia financeira, mas também ambiental, com a introdução de materiais sustentáveis. A madeira é também utilizada na fachada, através de um ripado de madeira termotratada, oferecendo sombreamento e proteção solar a todo o edifício, criando uma cobertura e fachada ventilada.

    A fachada e as novas lojas do primeiro piso são ainda revestidas por painéis de policarbonato, que fazem a proteção à intempérie e oferecem uma generosa entrada de luz natural.

    The history of the Padre Cruz Neighborhood Market is closely tied to the development of the neighborhood itself, where, in the early 20th century, the Quinta da Pentieira estate was located. Historical records indicate that the original structure, in 1907, housed a cowshed and other facilities that supported agricultural activities.

    It was only in 1962, with the creation of the neighborhood, that the building was converted into a market, incorporating a shopping area and a plaza complemented by service areas, which, over the last decade, became significantly altered and degraded.

    The rehabilitation project proposes the preservation of the building’s main walls and a partial demolition of the more recent interior elements. This restores the central plaza area, creating new market stalls and flexible spaces, while simultaneously increasing the ceiling height to allow more natural light and improved ventilation. The eastern row of shops is also preserved, and new openings are created to connect the plaza with Rua do Rio Cávado, establishing a direct interaction between all parts of the building.

    Expanding upon this new spatial organization, the program continues with the addition of a first floor, accessed by two staircases located at each end of the market, forming a continuous path to the new commercial gallery. The new shops are directly connected to a rooftop terrace, which will host urban garden plots and various outdoor seating areas.

    The consolidation of the existing structure is complemented by a new roof, which acts as a unifying element and defines the identity of the project. The geometry of the original roof has been resized to create a covered atrium on the south side — a new multipurpose space open to the public that may serve as a market extension or a venue for cultural events, thereby expanding the market’s role within the neighborhood.
     

    Construction Logic and Material Character

    The project concept generates a duality of materialities: on one hand, the preservation and enhancement of the existing structure using mineral and traditional materials. On the other, the addition of a new hybrid and lightweight structure that encompasses the new shops and roof, featuring various wooden elements.

    The existing stone and masonry walls are structurally reinforced with shotcrete, coated with roughcast plaster and ceramic tiles. Floors and different base areas are finished with regional lioz limestone.

    The new roof is composed of a mixed structure, with main steel frames braced by wooden purlins. This combination allowed for both financial and environmental efficiency through the use of sustainable materials. Wood is also employed on the façade, with thermally treated wooden slats providing shading and solar protection for the entire building, creating a ventilated roof and façade system.

    The façade and the new first-floor shops are also clad in polycarbonate panels, which offer weather protection and allow generous natural light to flood the interior.

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    Crédito de Imagem: Eduardo Montenegro

    Comentário do Júri:

    Após a apreciação e classificação dos concorrentes à Categoria Reabilitação Arquitetónica, o júri expressa a sua satisfação com a qualidade e diversidade das candidaturas apresentadas, nomeadamente, pela abrangência dos entendimentos e conhecimentos disciplinares revelados no universo da valorização patrimonial e cultural da arquitetura. Seguidamente, avaliou e classificou os cinco finalistas, tendo elegido a recuperação e ampliação do imóvel de A Nacional, da autoria de Menos é Mais Arquitetos, decorrida entre 2018 e 2024, por unanimidade. Das alegações e comparações de argumentos realizadas, os jurados destacam que a intervenção no imóvel revela uma coerência e uma competência disciplinar que compreende várias estratégias, da manutenção dos valores formais, espaciais e materiais assinados por José Marques da Silva, entre 1919 e 1925, à conciliação e introdução de adições que satisfazem exigências funcionais e infraestruturais atuais, capazes de dialogar e acrescentar valor ao imóvel herdado e recuperado. O diálogo entre a arquitetura e a estrutura, evidenciada pela ampliação e modelação do último, a espacialidade e a materialidade dos volumes que, interiormente, acrescentam e conquistam o espaço, não dispensando um desenho capaz de integrar e continuar o tempo, e a pormenorização elaborada e cuidada, simultaneamente conciliadora e legitimadora da ação, validam esta apreciação e classificação maior. A luz recupera o protagonismo interior e anterior previsto por José Marques da Silva, com a clarificação e eliminação de elementos dissonantes. As adições assumem, ainda, uma contemporaneidade qualificada e integrada na linguagem existe, através de um desenho simultaneamente depurado e texturado. O júri sublinha, finalmente, os mecanismos instrumentais e mentais evidenciados na continuidade espacial e temporal da intervenção, considerando que a atuação da autoria de Menos é Mais Arquitetos se apresenta com uma ética patrimonial e cultural disciplinarmente exemplar para os arquitetos e para a arquitetura que merece, assim, ser destacada e premiada.

    Finalistas:

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    Crédito de Imagem: Francisco Ascensão

    F_0 11 — fala 156

    Autores: fala (Filipe Magalhães, Ana Luisa Soares, Ahmed Belkhoja, Iera Samovich) Atelier: fala

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    Crédito de Imagem: Alexander Bogorodskiy, Joaquin-Mora

    F_0 69 — Casa em Esmoriz

    Autor: Samuel Gonçalves, Arq.º Atelier: SUMMARY

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    Crédito de Imagem: Marta Ferreira, LFA Fotografia

    F_0 82 — Museu Aristides de Sousa Mendes

    Autores: Pedro Azevedo, Susana Rosmaninho Atelier: Rosmaninho+Azevedo - Arquitectos

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    Crédito de Imagem: Lourenço Teixeira de Abreu, Pedro Galvão Lucas, Miguel Moreira

    F_0 87 — Casa do Cura

    Autores: Francisco Cardoso, Frederico Albuquerque, Pedro Durão, Sebastião RIbeiro Atelier: Atelier AAVV

  • Jorge Mascarenhas
    Menção Especial Ensino e Investigação em Arquitetura

    A Menção Especial na categoria de Ensino e Investigação pretende distinguir personalidades cujo trabalho académico e investigativo tenha tido um impacto duradouro na formação de arquitetos e no aprofundamento do conhecimento técnico e construtivo. Este ano, o júri entendeu destacar um percurso excecional, marcado pela dedicação ao estudo e à sistematização dos sistemas de construção — uma área tantas vezes secundarizada, mas absolutamente essencial ao rigor e à qualidade da arquitetura. Trata-se de um trabalho silencioso e consistente, desenvolvido ao longo de décadas, que resultou numa coleção editorial de referência, composta por 18 volumes que se tornaram ferramenta de base para várias gerações de estudantes e profissionais. A par da atividade editorial, este arquiteto construiu também um sólido percurso no ensino, primeiro como coordenador da área de construção da licenciatura em arquitetura da ARCA/E.T.A.C., em Coimbra, e desde 1999 como professor coordenador no Instituto Politécnico de Tomar. O seu percurso começou em Angola, onde nasceu em 1960. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian desde o liceu até ao final da licenciatura, que concluiu na Faculdade de Arquitetura de Lisboa. Doutorou-se em Engenharia Civil no Reino Unido, e desde então nunca deixou de investigar, ensinar e publicar. Pelo seu contributo rigoroso, generoso e continuado para a valorização do saber construtivo na arquitetura portuguesa, a Menção Especial Ensino e Investigação é atribuída ao Arquiteto Jorge Mascarenhas.

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  • Carlos Antunes e Désirée Pedro
    Menção Especial Inovação na Arquitetura

    Afortunadamente temos em Portugal, uma dupla de arquitetos inquietos que questiona sistematicamente o território que habitamos e tenta construir uma base cultural, onde a reflexão sobre a relação entre o espaço e o indivíduo é também uma intervenção artística.
    Esta dupla funda o Atelier do Corvo em 1996, e em 2015 funda, em Coimbra, um programa de ação que contribui para a construção de uma época cultural transformadora e inspiradora, tendo sido galardoado com o Prémio AICA 2021 - Associação Internacional de Críticos de Arte.
    Propõe um confronto entre arte contemporânea e património, explorando os diversos lados da Humanidade.
    É com grande satisfação e orgulho que a Organização dos Prémios FORMA atribui a Menção Especial Inovação ao trabalho desenvolvido pelo Atelier do Corvo na Anozero – Bienal de Coimbra, dirigida por Carlos Antunes e Désirée Pedro.

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  • Maria Manuel Godinho de Almeida
    Menção Especial Carreira na Arquitetura

    Formada em Arquitetura pela ESBAL – Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa e mestre em arquitetura pela Universidade Yale em 1974. Dedicou-se ao desenvolvimento de habitação social, tendo projetado e construído três bairros cooperativos no âmbito do programa luso-sueco de cooperação. Em 1978 fundou o atelier UTOPOS com Duarte Cabral de Mello. Em 1993 recebeu o Prémio Nacional de Arquitetura (Conjunto Arquitetónico, Desenho Urbano e Espaço Público) da AAP e do Ministério do Planeamento e da Administração do Território, para o bairro da Cooperativa Habitacional União dos Trabalhadores, na Caparica. Obteve o primeiro prémio no concurso para o plano de pormenor e projetos de espaços exteriores de uma nova área urbana de 75 hectares a norte do recinto da EXPO’98. Posteriormente fundou a JPB arquitetos com Jaime Barbosa. Entre 1980 e 2011, exerceu funções de professora auxiliar de Projeto e de Teoria e História da Arquitetura na Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa, onde também coordenou a licenciatura em Arquitetura. Para além de organizar e participar em workshops e conferências internacionais. Foi representante de Portugal da Ordem dos Arquitectos no Habitat WORKING GROUP da União Internacional dos Arquitectos e Membro e Presidente do Conselho Nacional de Delegados da Ordem dos Arquitetos entre 2014 e 2017. Ao longo do seu percurso profissional, consolidou um legado marcado pelo desenvolvimento de habitação social, pelo planeamento urbano e pelo ensino.

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  • C1 - Habitação Unifamiliar; C2 - Habitação Coletiva; C3 - Equipamento Coletivo

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    João Santa Rita

    João Manuel Santa Rita, Doutor em Arquitetura (2021) e Mestre em Construção (1999) pelo Instituto Superior Técnico em Lisboa. Licenciado em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa (Novembro de 1989) e completou o liceu no curso de Equipamentos e Interiores da Escola Secundária António Arroio em Lisboa (1984).

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    Carolina Backlar

    Arquiteta nascida em Ponta Delgada, Açores, fundou o Atelier Backlar, em 2012 onde correntemente desenvolve vários projetos na área da habitação, serviços, turismo e ativação do espaço público, no Arquipélago e em Portugal Continental. Em 2011, foi chefe de projeto, em Londres, na Universal Design Studio, com Barber&Osgerby, vencedores, em 2013, do prémio Maison & Objet - Designers of the Year. Em 2009, venceu o programa Inov-Art, organizado pelo Ministério da Cultura, onde aprofundou os seus conhecimentos sobre estruturas pré-fabricadas, em Los Angeles. Entre 2005 e 2009 trabalhou entre Paris e Nova Iorque, no Atelier Jean Nouvel, vencedor do prémio Pritz-ker Price. Estudou em Paris, na École d’Architecture de Paris la Villette e licenciou-se na FAUTL, em 2006.

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    Inês Cordovil

    Licenciou-se na Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa em 1998. Colaborou no atelier Sousa Oliveira Arquitetura e Urbanismo Lda., no período compreendido entre 1998 e 2007, como arquiteta e coordenadora de projeto, onde destaca a coordenação dos projetos da Biblioteca Central e Arquivo Municipal de Lisboa e do Edifício de habitação Lisbon Stone Block. Entre 2007 e 2015 foi coordenadora de projeto no atelier Aires Mateus e Associados, onde destaca a coordenação do obra da ETAR de Alcântara, o projeto do Hotel Aquapura no Barrocal, e a reabilitação do Edifício na Rua Cecílio de Sousa (atual escritório da Aires Mateus). Fundou em 2007 a SIA arquitetura, com Sofia Pinto Basto e Ana Cravinho.

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    Julião Pinto Leite

    Licenciou-se em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, em 2007. Partner da OODA, onde tem vindo a desenvolver vários projetos como o Hoso, no Porto; a Torre 15 & 1 em Leça da Palmeira; e a Casa CM, em Oeiras. Julião foi distinguido com o Prémio Europeu 40 Under 40 2022-2023, organizado pelo Chicago Athenaeum Museum em colaboração com o European Center for Architecture, Art, Design and Urban Studies.Para além da arquitetura, Julião dedica-se à ilustração, uma vocação e motivação mais do que um hobby.

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    Alexandre Marques Pereira

    Em 1981 entra para o curso de Arquitetura da Escola Superior de Belas Artes do Porto, tendo acabado em 1986 na Faculdade de Arquitetura de Lisboa, donde é natural e residente. Desde 1993 é docente de Projeto de 5ºano, na Faculdade de Arquitetura e Artes da Universidade Lusíada de Lisboa. Foi Visiting Professor em 2006 na Universidade de Auburn, Alabama U.S.A. Em 2012 obtém o Doutoramento em arquitetura pela Universidade Lusíada, sobre as relações entre a cultura arquitetónica dentro do movimento moderno, entre o Norte e o Sul da Europa. Após ter trabalhado com Manuel Tainha desde 1986, em 1996 cria atelier próprio, no qual vem produzindo, diversos projectos e obras, tais como: Biblioteca Municipal de Sintra, 1996-2003, Prédio Saraiva de Carvalho, Lisboa 2001-2007, Reabilitação do Palacete do Relógio, Cais do Sodré, Lisboa 2002, Fundação Leal Rios, Lisboa 2001-2010, Escola Conde de Monsaraz, Reguengos de Monsaraz 2010-2013, Escola Arco Iris, Olivais, Lisboa 2015, Ampliação da Biblioteca Municipal de Viseu 2015, etc.

    C4 - Espaço Público; C5 - Reabilitação Arquitetónica; C6 - Jovens Emergentes

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    Teresa Nunes da Ponte

    Licenciou-se em arquitetura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa em 1978. Dedica-se a projetos de reabilitação de edifícios, obra nova, espaço público, exposições, desenho de mobiliário, e estudos de património. De destacar a colaboração com a Fundação da Casa de Mateus entre 1986 e 2022 para o restauro e reabilitação da Casa e anexos agrícolas, incluindo o Museu e a Residência de Artistas no antigo Lagar de Azeite; e com a Fundação Calouste Gulbenkian a partir de 1999, para a manutenção, restauro e renovação dos seus edifícios, nomeadamente a Zona de Congressos e Auditórios da Sede, em Lisboa, incluindo o Grande Auditório – prémio DOCOMOMO 2021 na categoria Sustainable Uses, e o Centro Calouste Gulbenkian em Paris; Referem-se ainda alguns projetos como o restauro e reabilitação do Convento de São Francisco em Vila Franca do Campo e da Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal no Baluarte do Cais; e em Lisboa: do Espaço Público do Bairro da Bica, da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa na antiga Escola Machado de Castro e do Hotel Verride no Palacete de Santa Catarina –Prémio de Reabilitação Urbana e Menção Honrosa do Prémio Valmor em 2018. Co-autora do Guia Urbanístico e Arquitetónico de Lisboa e de outras publicações sobre a Cidade, sobre a Fundação Calouste Gulbenkian e seus edifícios, e no âmbito da curadoria ou montagem de exposições.

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    Paula del Rio

    Nasceu em Soria, Espanha em 1985. É arquiteta pela ETSA Madrid (2010), onde cursou também o Máster em Projetos Arqutitetónicos Avançados (2011) e exerceu como assistente convidada na disciplina de Proyectos 6 e 7 (2010-2014). Atualmente é assistente convidada no Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra (2018-). Em 2014 fundou junto com o arquiteto João Branco o escritório Branco del Rio arquitetos em Coimbra, que tem desenvolvido um percurso prático reconhecido por numerosos prémios nacionais e internacionais.

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    João Rapagão

    Termina o programa de doutoramento Arquitetura Moderna y Restauración na Escola Técnica Superior de Arquitetura da Universidade de Valladolid em 1992. Desenvolve atualmente a dissertação para Doutoramento em Arquitetura. Licenciado em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa em 1988, é Professor Auxiliar Convidado da Faculdade de Arquitetura e Artes da Universidade Lusíada, desde 1997, e do Departamento Autónomo de Arquitetura da Universidade do Minho, de 2002 a 2008, e presentemente em 2022|2023. É bolseiro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e da Fundação Calouste Gulbenkian. Preside ao Conselho Diretivo Regional do Norte da Associação dos Arquitetos Portugueses e da Ordem dos Arquitetos no triénio 1996|1998. Integra o Conselho de Administração da Fundação para o Desenvolvimento da Zona Histórica do Porto entre 2000 e 2002. Integra júris em concursos públicos e prémios de arquitetura internacionais, nacionais e regionais. Intervém como orador em diversos congressos e encontros, especialmente nos temas do Património e do Exercício da Profissão. Selecionado para diversas exposições em Milano, Lisboa, Frankfurt, Dessau, Salamanca, Aveiro, Coimbra e Porto. Exerce arquitetura desde 1988, especialmente em estudos e projetos de monumentos nacionais e equipamentos coletivos. É autor de ensaios monográficos em Ricardo Vieira de Melo - Habitar, da editora Caleidoscópio em 2004, e em Living in Porto - Floret Arquitectura, da editora Uzina Books em 2020. É autor e editor científico do Mapa de Arquitetura Arménio Losa e Cassiano Barbosa, editado pela Ordem dos Arquitetos em 2008

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    Patrícia Chorão

    Licenciou-se em Arquitetura em 1996 pela Faculdade de Arquitetura de Lisboa, na Universidade Técnica. Iniciou a sua atividade como arquiteta em projetos colaborativos com diversos ateliers (Rául Chorão Ramalho, Manuel Tainha, Gonçalo Byrne, João Luis Carrilho da Graça, PROAP, entre outros) e posteriormente em atelier próprio. Foi vencedora do Prémio Thyssen Arquitectura’98 com o projeto de Reabilitação e Revitalização da Estação do Norte de Valência e área envolvente, com um estudo urbano e arquitetónico do terreno em questão. Ao longo do seu percurso profissional, tem desenvolvido projetos essencialmente na área da reabilitação, mas também no desenho de construção nova. Para além da atividade como arquiteta, complementou a sua formação com o Curso Profissional de Fotografia (IPF 2012-13) e estudos em Antropologia (Universidade Nova de Lisboa, 2013). Colaborou ainda com a Associação Arquitetos Sem Fronteiras em ações de reconstrução e preservação do património da cultura Avieira. Em 2013 fundou o FAS – Fundo de Arquitetura Social com a Arq. Raquel Morais, associação sem fins lucrativos que tem como principal objetivo a regeneração urbana, através do trabalho colaborativo com a comunidade onde intervém. Em Janeiro de 2017 fundou o atelier Célula com a Arq. Filipa Teles Correia como plataforma de desenvolvimento de projetos de Arquitetura que assentem numa identidade própria com uma força intrínseca, singular em cada caso, procurando uma relação de respeito com a envolvente e com a tradicional arquitetura portuguesa.

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    Miguel Marcelino

    Miguel Marcelino (Portugal, 1981), arquiteto (DA/UAL, 2005), vive e trabalha em Lisboa. Estudou música no Instituto Gregoriano de Lisboa entre 1993 e 1998. Colaborou com Herzog & de Meuron (Suíça, 2003/04) e Bonell & Gil (Espanha, 2005/07), antes de estabelecer atelier próprio em 2008, vencendo nesse ano o seu primeiro concurso público. É docente convidado no Departamento de Arquitetura da Universidade Autónoma de Lisboa. A sua obra construída abrange as mais variadas escalas e programas, desde pequenas habitações privadas até grandes edifícios públicos. O seu trabalho tem sido exposto e publicado nos mais diversos meios, tanto nacionais como internacionais. Em 2014 foi convidado a integrar a representação oficial Portuguesa na Bienal de Veneza de Arquitetura

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    Frederico Soares

    Estudou Engenharia do Ambiente, no Instituto Superior Técnico // Universidade de Lisboa, tendo frequentado em simultâneo os cursos de pintura e desenho do ARCO. É licenciado em Arquitetura Paisagista pelo Instituto Superior de Agronomia // Universidade de Lisboa. Em 2011 fundou o atelier GETOUT, arquitetura paisagista.

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